Conteúdo Patrocinado
Anúncio SST SESI

Fitch mantém nota de crédito do Brasil em BB por incertezas fiscais

A Fitch mantém a nota de crédito do Brasil em BB. A incerteza sobre a melhora nas contas públicas é a principal causa da decisão da agência.
Governo anuncia bloqueio no Orçamento 2025. Saúde perde R$ 5,9 bi e PAC é afetado. Educação escapa dos cortes. Entenda os impactos.
(Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A agência de classificação de risco Fitch não deve aumentar a nota de crédito do Brasil no curto prazo. A principal causa é a incerteza em relação à capacidade do país em melhorar suas contas públicas, mesmo com o desempenho econômico acima das expectativas. Essa avaliação é de Todd Martinez, codiretor de riscos soberanos das Américas na Fitch.

Qual a nota de crédito do Brasil?

Hoje, a Fitch classifica o crédito brasileiro em BB, com perspectiva estável, dois degraus abaixo do grau de investimento. Para que ocorra uma possível melhora nessa nota, Todd Martinez ressalta que seria preciso um aumento na confiança do mercado na capacidade do governo em gerar superávits primários de maneira consistente. Ele também sugere que mudanças políticas poderiam influenciar na avaliação da nota de crédito do Brasil.

Comparação com outras agências

Recentemente, a Moody’s elevou a classificação de crédito do Brasil para um nível abaixo do grau de investimento, representando um voto de confiança em um país que não possui esse status de baixo risco há quase uma década. Em contraste, a Fitch segue uma abordagem mais conservadora, aguardando ações concretas antes de considerar qualquer atualização na nota de crédito, inclusive a tão discutida nota de crédito do Brasil.

Todd Martinez destaca que o crescimento econômico do Brasil continua surpreendendo positivamente. As previsões indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer em torno de 3% em 2024. Apesar disso, as contas públicas permanecem como uma fragilidade, afetando a confiança do mercado, a taxa de câmbio e o grau de investimento. Essa fragilidade cada vez mais torna difícil uma melhora consistente na nota de crédito do Brasil.

Esforços do governo Lula para aumentar a nota de crédito do Brasil

Apesar das preocupações, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem implementado esforços para melhorar a situação fiscal do país. Essas ações incluem mudanças nas regras tributárias e reversão de isenções da folha de pagamentos. Ainda assim, a Fitch projeta um aumento no déficit primário, de 0,6% do PIB em 2024 para 1,0% em 2025, com uma queda para 0,8% em 2026. Todas essas medidas são cruciais para a nota de crédito do Brasil ser revista positivamente.

Essas projeções, somadas às expectativas de crescimento econômico e às taxas de juros, indicam que a relação entre a dívida pública e o PIB pode chegar a 83,9% em 2026, acima dos 77,8% esperados para 2024. A perspectiva é um dos fatores que mantêm a Fitch cautelosa quanto a uma possível elevação da classificação de crédito do Brasil. Novamente, a nota de crédito do Brasil está diretamente ligada à eficácia dessas medidas.

Perspectivas para o futuro

Assim como a Fitch, a Standard & Poor’s também mantém o Brasil dois níveis abaixo do grau de investimento, com a nota BB e perspectiva estável. Por outro lado, o governo do presidente Lula e sua equipe econômica seguem focados em recuperar o grau de investimento perdido em 2015.

No final de setembro, durante uma visita a Nova York, o presidente se reuniu com representantes das três principais agências de classificação de risco para discutir a nota de crédito do Brasil. Contudo, é importante observar que melhorar a nota de crédito do Brasil é um objetivo fundamental para o governo.

Confira nossos canais
Siga nas Redes Sociais
Notícias Relacionadas