A Boeing reportou um prejuízo líquido de US$ 6,17 bilhões no terceiro trimestre de 2024 e uma queda na receita. É um aumento em comparação com o prejuízo de US$ 1,64 bilhão registrado no mesmo período do ano passado. Esse crescimento é de 276% e foi divulgado pela empresa nesta quarta-feira, 23, e mostra os desafios enfrentados da Boeing em sua recuperação.
No ajuste por ação, o prejuízo da Boeing sofreu US$ 10,44, superando a absorção dos analistas consultados pela FactSet, que estimaram US$ 10,35 por ação. Esse valor também ultrapassou a própria estimativa anterior da empresa, que era de US$ 9,97 por ação.
Receita da Boeing cai 1%, mas supera expectativas
Apesar dos resultados financeiros negativos, a receita da Boeing teve uma queda anual de 1%, totalizando US$ 17,84 bilhões no trimestre. Curiosamente, esse número ficou acima da expectativa do consenso da FactSet, que projetou uma receita de US$ 17,82 bilhões. Esse desempenho indica que, mesmo diante de desafios consideráveis, a Boeing conseguiu superar as expectativas do mercado em termos de faturamento.
Fluxo de caixa e backlog da Boeing
O fluxo de caixa livre (FCL) da Boeing também chamou a atenção, encerrando o trimestre com um saldo negativo de US$ 2 bilhões. Embora negativo, esse resultado foi melhor do que a previsão da FactSet, que estimou um fluxo de caixa negativo de US$ 2,41 bilhões. Já a carteira de pedidos da empresa (backlog) segue forte, totalizando impressionantes US$ 511 bilhões.
CEO Kelly Ortberg aponta para uma recuperação lenta
Kelly Ortberg, que assumiu o cargo de CEO da Boeing em agosto de 2024, invejou uma nota aos acionistas comentando o desempenho recente da empresa. Ele destacou que “levará tempo” para a Boeing recuperar seu “legado anterior” e reassumir a liderança no setor aeroespacial. A empresa ainda está lidando com as repercussões dos desafios econômicos e industriais enfrentados nos últimos anos.
Reação do mercado financeiro com o prejuízo e a queda da receita da Boeing
As ações da Boeing reagiram de forma inicialmente positiva após a divulgação dos resultados financeiros, mas logo caíram 0,86% no pré-mercado de Nova York, por volta das 8h55 (horário de Brasília). Essa ocorrência reflete a preocupação crescente dos investidores em relação à saúde financeira da empresa.
Além dos resultados, os investidores também estão atentos à votação de um acordo provisório, que ocorre nesta quarta-feira, entre a Boeing e seus maquinistas nos Estados Unidos. O sindicato, que representa cerca de 33 mil trabalhadores, decidirá sobre uma proposta que inclui um aumento salarial de 35% ao longo de quatro anos, um bônus de ratificação de US$ 7.000 e maiores contribuições para planos de retirada.