Nesta quarta-feira (23), o Ibovespa encerrou o dia em baixa, impactado por um cenário desfavorável em Wall Street e pelo recuo nas commodities, que caíram mais de 1%. O principal índice da bolsa brasileira teve uma queda de 0,55%, fechando para 129.233,11 pontos. O dólar à vista registrou um recuo de 0,08%, sendo cotado a R$ 5,6928.
Reação do mercado à economia doméstica
No cenário interno, o mercado foi influenciado pelas recentes declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que defendeu o fortalecimento do arcabouço fiscal como solução para o cenário econômico. Durante o G20, em Washington, ele destacou que o governo está tomando medidas para manter as contas públicas sob controle, apesar das pressões externas.
Fernando Haddad também anunciou que, após o segundo turno das eleições legislativas, o governo apresentará novos projetos focados no controle de gastos. Isso reforça a preocupação em responder às críticas sobre a situação fiscal do país.
Participação do Banco Central e impactos
No final do pregão, o foco dos investidores voltou para o discurso do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em um evento do UBS BB, também em Washington. Ele expressou preocupações sobre as expectativas inflacionárias e os prêmios de risco do Brasil, que permanecem elevados, ressaltando o impacto desses fatores na política monetária.
Altas e baixas do Ibovespa
Entre as ações que compõem o Ibovespa, o destaque positivo foi o IRB Re (IRBR3), com alta superior a 13%, impulsionado pelos resultados sólidos reportados em agosto. A resseguradora registrou lucro líquido de R$ 29 milhões, superando as expectativas do mercado. As ações do Carrefour (CRFB3) também subiram após a divulgação da venda de 65 lojas, totalizando cerca de R$ 1,5 bilhão. A operação deve reduzir a alavancagem da companhia em até 0,2x.
Em contrapartida, as ações da Hypera (HYPE3) foram um dos destaques negativos. A empresa teve uma queda devido à realização de lucros após rumores de uma possível fusão com a NC Farma.
Impacto do cenário internacional
No cenário internacional, os mercados americanos registraram fortes quedas. O aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, que atingiu o maior nível desde julho, impactou Wall Street. As apostas nas eleições presidenciais, que favoreceram Donald Trump, e a divulgação do Livro Bege do Federal Reserve (Fed), destacando a estabilidade na atividade econômica dos últimos meses, intensificaram a volatilidade.
Além disso, as ações do McD*onald’s caíram mais de 5%, pressionadas por investigações relacionadas a um surto de E. coli. Além disso, os investidores atentos aos balanços de empresas e às novas informações econômicas dos EUA.