O mercado de trabalho brasileiro continua aquecido, com taxas de desemprego em níveis mais baixos e, além disso, um aumento nos salários reais. Consequentemente, esse cenário levou a XP Research a elevar suas projeções para o crescimento da renda real disponível das famílias em 2024, de 4,5% para 6,8%. De acordo com a instituição, além do fortalecimento do mercado de trabalho, o aumento dos gastos públicos com previdência e transferências sociais também contribuíram para essa mudança.
Desemprego em queda e salários em alta no mercado de trabalho
O estudo da XP Research destaca que a taxa de desemprego no Brasil se mantém próxima de 6,5%, um dos níveis mais baixos desde o início da série, em 2012. Esse dado reflete um cenário de recuperação no mercado de trabalho, que tem gerado mais oportunidades de emprego e impulsionado os salários. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), os rendimentos médios reais devem crescer 4,2% em 2024, alcançando cerca de R$ 3.200 por mês.
Impacto dos gastos públicos na renda
Além do aquecimento do mercado de trabalho, os gastos públicos foram outro fator relevante para a elevação da renda real das famílias. Os pagamentos extraordinários de precatórios, que somaram mais de R$ 50 bilhões em 2024, superaram a estimativa inicial de R$ 35 bilhões feita pela XP. Desses valores, 65% foram destinados a benefícios previdenciários, enquanto o restante foi classificado como “outros pagamentos de precatórios”, totalizando cerca de R$ 18 bilhões.
A XP Research ressalta que, sem esses pagamentos, a renda disponível teria crescido 5,8% em 2024. No entanto, com os precatórios e outros benefícios sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o crescimento da renda foi ainda mais expressivo.
Expectativas do mercado de trabalho para 2025
Para 2025, a XP Research projeta um crescimento mais moderado da renda real disponível das famílias, estimado em 3%. A expectativa é de uma desaceleração em todas as categorias de crescimento, especialmente no componente fiscal. Enquanto em 2024 houve um forte impacto fiscal, a expectativa para 2025 é de um avanço de apenas 1% no componente que considera os precatórios, bem abaixo dos 6,5% registrados no ano anterior.
Em termos de Produto Interno Bruto (PIB), por outro lado, a projeção da XP para 2025 indica uma desaceleração da atividade econômica. O crescimento será de 1,8%, ficando abaixo dos 3,1% projetados para 2024. Além disso, a instituição alerta para o impacto de um segundo ano consecutivo de impulso fiscal expansionista, o que poderá influenciar negativamente a demanda agregada.