O Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio teve uma queda de 2,99% em 2023 em comparação com o ano anterior, conforme anunciado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), nesta terça-feira (26).
A redução resultou em uma diminuição de 23,8% da contribuição do setor para o PIB total do país durante o ano passado. Os dados recém-divulgados abrangem toda a cadeia produtiva do agronegócio, desde os insumos até os serviços relacionados.
A queda nos preços em todos os segmentos da cadeia produtiva teve um impacto no desempenho do PIB do Agronegócio em 2023, de acordo com as informações das entidades. Este é o segundo ano consecutivo de queda no PIB real do agronegócio. Em 2022, houve uma queda de 25,2%, seguida por uma redução para 23,8% no ano passado em relação à participação no PIB nacional.
Os dados fornecidos pela CNA e pelo Cepea indicam que o setor primário teve uma retração de 1%. Já a agroindústria e os agrosserviços registraram quedas de 2,05% e 1,31%, respectivamente. Essa redução nos preços afetou diversos produtos agropecuários e agroindustriais.
As entidades observam que os recordes de produção nas safras agrícolas e o aumento da produção nos segmentos primário e agroindustrial na pecuária impulsionaram a demanda por agrosserviços, o que contribuiu para que o desempenho não fosse pior.
Quanto à análise por atividade, o PIB agrícola caiu 3,26% em 2023 em relação ao ano anterior. Apenas o setor primário teve um resultado positivo, com um crescimento de 5,11%, beneficiado pela produção recorde e pela redução dos custos com insumos.
Insumos
Por outro lado, o segmento de insumos foi novamente o mais afetado. A queda foi de 27,92%, influenciado pela diminuição dos preços dos fertilizantes e insumos, além da menor produção de máquinas agrícolas. Houve também recuo na indústria (3,43%) e nos serviços (3,24%).
A pecuária registrou uma queda de 2,3% no PIB no ano passado, sendo a produção primária a mais afetada, com uma redução de 10,61%. Apesar da diminuição dos custos e do aumento da produção, a atividade sofreu com a queda nos preços, principalmente de bovinos, aves de corte e leite.