Na semana passada, fornecedores de combustível de aviação em Buenos Aires rejeitaram a venda de produtos para a Cubana de Aviación, alegando preocupações com as sanções dos Estados Unidos contra Cuba. Isso resultou em cancelamentos imediatos de voos, conforme relatado pela empresa com sede em Havana na quarta-feira (24).
A Cubana de Aviación S.A, conhecida por operar voos dentro de Cuba e para vários destinos internacionais, teve que cancelar viagens programadas para os dias 23 e 24 de abril, além de outros voos contratados por parceiros. Como resultado, a empresa está agora empenhada em remarcar passagens ou reembolsar os clientes afetados.
“A recusa dos fornecedores de combustível de aviação em Buenos Aires em fornecer serviços à nossa companhia aérea é uma consequência direta das provisões do bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba”, afirmou a empresa em comunicado.
Tanto o Ministério das Relações Exteriores da Argentina quanto o Gabinete da Presidência não responderam imediatamente aos pedidos para comentar sobre o assunto.
Histórico
O embargo comercial dos EUA contra Cuba, que remonta à revolução de 1959 liderada por Fidel Castro, dificulta as transações financeiras e a aquisição de bens e serviços pelo governo cubano. Além disso, aumenta os riscos para as empresas estrangeiras que fazem negócios com a ilha.
Historicamente, os voos entre Havana e Buenos Aires pela Cubana de Aviación ocorriam sem grandes dificuldades durante o governo do ex-presidente esquerdista Alberto Fernández. Ele mantinha uma proximidade com Cuba.
No entanto, a situação mudou desde que Javier Milei, um libertário de extrema-direita, assumiu a presidência em 10 de dezembro. Com uma postura pró-EUA, Milei adotou uma abordagem mais fria em relação a parcerias comerciais com governos de esquerda, incluindo Brasil e China. Desde a eleição de Milei, Cuba tem mantido um silêncio cauteloso sobre as relações com a Argentina.