O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou mais um dia com um desempenho baixo, impactado pelas incertezas na economia global e pelas expectativas dos investidores locais. O índice recuou 0,71% nesta quarta-feira (30), marcando 129.713,33 pontos. No acumulado do mês, a queda foi de 1,6%, puxada pelas movimentações em Nova York e pelos anúncios da política monetária nos Estados Unidos.
Em paralelo, o dólar à vista subiu 0,31%, encerrando a sessão a R$ 5,7811, a maior cotação desde março de 2021. Durante outubro, a moeda norte-americana acumulou alta de 6,13%, refletindo a procura de investidores por ativos de menor risco.
Expectativas no cenário doméstico
No Brasil, as expectativas sobre o Ibovespa foram guiadas por novos sinais de controle fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mencionou na terça-feira (30) um entendimento com a Casa Civil para discutir contenção de despesas públicas, sem, contudo, fixar uma data para o anúncio das medidas.
Além disso, o mercado de trabalho brasileiro segue aquecido, como mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desemprego encerrou o terceiro trimestre em 6,4%, abaixo das expectativas, o que trouxe um tom positivo ao cenário econômico nacional, mas que ainda não reverteu as quedas do Ibovespa.
Desempenho dos ativos do Ibovespa
Entre as maiores baixas do Ibovespa, Hypera (HYPE3) liderou com queda de quase 10%, após a farmacêutica EMS retirar sua proposta de fusão. Bradesco (BBDC4) também se destacou, mas com reação positiva após apresentar lucro de R$ 5,2 bilhões no terceiro trimestre, uma alta de 13,1% em relação ao ano passado.
Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4; PETR3), pesos-pesados do índice, tiveram desempenhos divergentes no Ibovespa. Enquanto Vale intensificou as quedas, Petrobras conseguiu fechar em leve alta, embora acumulando perda no mês. Já na ponta positiva, BRF (BRFS3) recebeu uma recomendação de compra do Santander e figurou entre os destaques de valorização.
Desempenho de ações em outubro
Entre os ativos com melhor desempenho mensal no Ibovespa, Yduqs (YDUQ3) avançou 16%, enquanto Carrefour (CRFB3) liderou as quedas com uma desvalorização de 19,6%.
Cenário externo impacta o desempenho do Ibovespa
Nos Estados Unidos, as bolsas fecharam em queda em resposta aos balanços corporativos, com destaque para Microsoft e Meta, que sofreram recuos de 5% e 4%, respectivamente. O índice de preços (PCE), uma das principais referências de inflação do Federal Reserve (Fed), subiu 0,2% em setembro, mantendo-se dentro das expectativas de 2,1% ao ano.
Os investidores também acompanham de perto as eleições presidenciais, marcadas para 5 de novembro, e aumentam as apostas na vitória de Donald Trump, fato que pode alterar os rumos da economia.
Fechamento dos índices de Nova York
- S&P 500: -1,86%, aos 5.705,45 pontos
- Dow Jones: -0,90%, aos 41.763,46 pontos
- Nasdaq: -2,76%, aos 18.095,15 pontos
- Esses índices acumulam perdas mensais, assim como o pan-europeu Stoxx 600, que sofreu a maior baixa anual.