Responsável por uma das maiores linhas de despesas do orçamento público, o INSS busca maneiras de reduzir custos para auxiliar o governo no equilíbrio das contas. Todavia, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, defende que o uso de inteligência artificial (IA) é uma das principais estratégias para tornar os serviços mais eficientes, com implementação prevista para 2024.
Em entrevista ao InfoMoney, o dirigente do INSS revelou passos sobre a implementação de inteligência artificial no órgão. Após uma prova de conceito envolvendo oito empresas, a Dataprev concluiu a aquisição de tecnologias que permitirão a aplicação de IA no processamento de dados e decisões operacionais.
Qual será o impacto da inteligência artificial no INSS?
A introdução da IA promete agilizar a análise de benefícios e otimizar a alocação de peritos, com processos automatizados para apuração de irregularidades. Segundo Stefanutto, o sistema de inteligência artificial permitirá ao INSS focar em decisões mais precisas, alocando perícia onde for necessário e utilizando o sistema Atestmed para análise documental de benefícios por incapacidade temporária, reduzindo custos com perícias presenciais. Isso faz parte da estratégia ampla de inteligência artificial no INSS.
Com as novas ferramentas de inteligência artificial, espera-se um corte de R$ 7,3 bilhões nos gastos do INSS em 2025, o que representará cerca de 28% das medidas de redução de despesas anunciadas pelo governo. Desse valor, R$ 6,2 bilhões são atribuídos à implementação do Atestmed, mas R$ 1,1 bilhão se destinará a medidas administrativas. Adicionalmente, o recente leilão da folha de benefícios, vencido pela Crefisa e Mercantil, deve gerar cerca de R$ 6 bilhões anuais ao Tesouro.
Sem “pedaladas”
Stefanutto destacou a importância de uma gestão estruturada para as filas de beneficiários e revisões de programas, evitando futuros custos judiciais e garantindo maior previsibilidade. Ele frisou que o objetivo, entre eles o de inteligência artificial no INSS, não é apenas gerar economia fiscal, mas assegurar benefícios rápidos e corretos, mantendo transparência e responsabilidade social.
“E isso (inteligência artificial no INSS) não pode ser feito só para [gerar] um ganho fiscal, para depois, nos anos seguintes, não. Nós tivemos revisões que foram mal feitas, do ponto de vista jurídico e operacional. Mas que depois, no ano seguinte, a Justiça reverteu, corretamente, mais de 80%/90% dos números. Não podemos fazer isso. É como uma pedalada. E pior: tira utilizando as pessoas simples”, argumentou.