O novo plano de reestruturação do HSBC (The Hong Kong and Shanghai Banking Corporation) tem provocado reações positivas e negativas no mercado financeiro. Em razão disso, o CEO mundial do banco, Georges Elhedery, foi obrigado a vir a público para afirmar que o plano de dividir as operações do HSBC em regiões “orientais” e “ocidentais” não indica qualquer intenção de separação.
O anúncio foi feito após a divulgação dos resultados financeiros do terceiro trimestre de 2024, que o banco registrou um aumento nos lucros antes de impostos e anunciou um programa de recompra de ações. Conforme publicado pelo Financial Times, Elhedery confirmou que uma reestruturação interna do HSBC será apresentada neste ano, mas garantiu que a medida visa tem o objetivo de simplificar a estrutura, e não preparar o banco para uma divisão formal. O executivo destacou que a reestruturação do HSBC foi desenhada para otimizar operações.
Impactos da reestruturação do HSBC e foco no cliente
Com a reestruturação planejada, o HSBC pretende cortar cargos de alto nível no banco, o que, segundo Elhedery, irá trazer economias elevadas. Essa reorganização trará um foco maior em operações simplificadas, atendendo à crescente demanda dos clientes por serviços integrados em nível global. O foco do cliente é um dos pilares da reestruturação do HSBC.
“Não há intenção de que essa reorganização seja mais do que uma forma de facilitar nosso atendimento ao cliente, sem qualquer motivação geopolítica”, afirmou o CEO, em referência ao cenário de tensões entre o Ocidente e Pequim.
O CEO assegurou que, embora as operações de Hong Kong e o banco de varejo no Reino Unido agora funcionem de forma independente, essa decisão visa melhorar a eficiência e agilidade das unidades. Ele garantiu que a medida não tem relação com uma possível divisão do HSBC, mas foi pensada para fortalecer o desempenho das operações.
Lucros do HSBC no terceiro trimestre
No balanço do terceiro trimestre de 2024, o HSBC divulgou um aumento de 10% nos lucros antes dos impostos, totalizando US$ 8,5 bilhões, quando as previsões dos analistas eram de US$ 8 bilhões.

O lucro líquido também registrou alta de 9,2%, chegando ao montante de US$ 6,13 bilhões. Esses resultados reforçam a posição sólida do HSBC, especialmente diante das complexidades do cenário econômico global. A visão do banco é continuar otimizando sua estrutura organizacional para buscar uma performance melhor no longo prazo.
Uma rede global com presença em 129 países
Fundado em 1865, o HSBC opera uma das maiores redes bancárias globais. São cerca de 6.200 escritórios e agências distribuídos em 129 países e territórios, abrangendo Europa, Ásia, Américas, Oceania, Oriente Médio e África. Essa presença global permite ao banco atender clientes com eficiência e responder rapidamente a mudanças internacionais. Essa é uma vantagem enorme que a reestruturação do HSBC busca fortalecer ainda mais.
No Brasil, em julho de 2016, o HSBC vendeu suas operações ao Bradesco por quase R$ 18 bilhões. Com essa transação, o banco deixou o mercado brasileiro como instituição financeira comercial, focando suas operações em outras regiões do mundo. Essa decisão foi parte de um planejamento global para otimizar suas operações e reforçar seu foco em mercados prioritários.