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Como a eleição americana pode impactar a economia brasileira e mundial: confira a análise de especialistas

A eleição presidencial nos EUA entre Kamala Harris e Donald Trump gera expectativa no Brasil. Especialistas alertam que, com candidatos empatados, uma vitória de Trump pode valorizar o dólar, enquanto uma vitória de Harris pode favorecer a cooperação internacional. Como isso afetará o futuro econômico do Brasil?
Geldo Machado e Pedro Brandão analisam como a eleição americana pode afetar a economia do Brasil e do mundo.
Geldo Machado, presidente do SINFAC (CE.PI.MA.RN), e Pedro Brandão, CEO da CredÁgil.

O impacto da eleição americana na economia global e brasileira está em destaque. Kamala Harris e Donald Trump disputam a presidência dos Estados Unidos, com a votação que ocorreu nesta terça-feira (05/11). A decisão do próximo líder americano pode afetar diretamente tanto a economia global quanto a brasileira. Com os candidatos tecnicamente empatados nas pesquisas, as expectativas são altas. A influência dos Estados Unidos no mercado financeiro global coloca economias emergentes, como a do Brasil, em estado de atenção e cautela. Para aprofundar essa análise, consultamos dois especialistas em finanças.

Geldo Machado, presidente do SINFAC (CE.PI.MA.RN), e Pedro Brandão, CEO da CredÁgil, trarão suas visões sobre o cenário global e suas consequências para o mercado brasileiro. Eles compartilham suas análises e projeções sobre possíveis cenários econômicos globais com Kamala Harris ou Donald Trump. Ambos debatem como essas mudanças podem afetar diretamente o Brasil.

O Que Pode Mudar na Economia com uma Vitória de Trump

Uma possível vitória de Donald Trump é associada à retomada de políticas protecionistas, semelhantes às implementadas em seu primeiro mandato. Entre essas políticas estão tarifas de até 25% sobre produtos importados, principalmente da China, além de incentivos para que empresas americanas priorizem a produção interna. Esse tipo de postura pode impactar o comércio exterior brasileiro, diminuindo a demanda por produtos nacionais em setores como agronegócio e indústria de aço.

Segundo Pedro Brandão, CEO da CredÁgil, “o retorno de políticas protecionistas nos EUA pode levar a uma retração no comércio global, afetando negativamente países exportadores como o Brasil, que dependem de uma relação comercial estável com os Estados Unidos”. Essa retração no comércio pode resultar em uma redução das exportações brasileiras, especialmente em setores que já enfrentaram tensões comerciais com os EUA.

Outro efeito esperado de uma vitória de Trump é a valorização do dólar. “O dólar valorizado não afeta apenas o custo dos produtos importados; ele impacta toda a cadeia produtiva e reduz o poder de compra dos brasileiros”, destaca o ex-banqueiro Geldo Machado, presidente do SINFAC. Com um dólar possivelmente ultrapassando os R$ 6,00, a inflação brasileira deve sofrer grande pressão, especialmente em produtos e insumos dolarizados, como o petróleo e fertilizantes, o que impactaria diretamente os custos de produção e o preço final dos produtos.

Crise econômica no Brasil com dólar em alta: riscos da eleição americana

Caso o dólar realmente ultrapasse o patamar de R$ 6,00, o Brasil pode enfrentar uma crise econômica severa, similar à de 2015, quando o país experimentou forte desvalorização cambial. Se o Banco Central for obrigado a aumentar ainda mais a taxa de juros para controlar a inflação, isso encarecerá o crédito e poderá frear o crescimento econômico. Hoje, a taxa Selic está em 10,75% ao ano, mas especialistas alertam que deve subir ainda mais se o cenário econômico internacional exigir medidas para atrair capital estrangeiro e conter a inflação.

Nesta quarta-feira (05/11), espera-se que a taxa selic seja elevada em 0,50 ponto percentual (p.p.), retornando ao nível de 11,25% ao ano, valor registrado em janeiro, quando o Copom ainda realizava reduções.

“Um governo Trump, com dólar em alta e possíveis elevações nas taxas de juros dos EUA, pode levar a uma migração de capital de economias emergentes para mercados considerados mais seguros, como o americano.”, explica Pedro Brandão. A saída de capital do Brasil pode pressionar o Banco Central a manter ou até elevar mais a taxa de juros. Isso tornaria o crédito mais caro, impactando o consumo e limitando investimentos no país. Esse cenário afeta diretamente a recuperação econômica, já que o Brasil ainda enfrenta os efeitos da pandemia e procura caminhos para um crescimento sustentável.

Eleição americana e a economia brasileira: o efeito sobre as exportações e investimentos

Investidores globais estão reavaliando seus portfólios, antecipando possíveis mudanças econômicas e políticas caso Trump retorne ao poder. No Brasil, setores exportadores, como agronegócio e indústria, precisam se preparar para uma possível queda na demanda americana. Em seu primeiro mandato, Trump impôs restrições a produtos como aço e alumínio brasileiros, uma política que pode ser retomada em um novo governo. Esse cenário exemplifica mais uma vez como a eleição americana poderá impactar a economia brasileira.

“A exportação de aço e produtos agrícolas, fundamentais para a balança comercial do Brasil, pode enfrentar novas barreiras com um governo Trump, que prioriza a produção interna. Diante disso, o país precisará encontrar alternativas para diminuir sua dependência do mercado americano”, afirma Geldo Machado. Trump também incentiva a produção de petróleo e gás nos EUA, o que pode reduzir os preços globais dessas commodities. Essa queda impacta diretamente empresas e setores brasileiros, que dependem desses mercados para manter sua lucratividade.

Como a vitória de Kamala Harris pode impactar a economia brasileira

Uma vitória de Kamala Harris pode significar a continuidade das políticas de cooperação internacional e promoção da sustentabilidade, incentivadas pelo atual governo de Joe Biden. Harris defende políticas de combate às mudanças climáticas e um modelo de governança que favoreça a inovação tecnológica. Isso abre portas para o Brasil em áreas como energias renováveis e proteção ambiental, com menos riscos de restrições comerciais.

Brandão observa que “uma vitória de Harris traria uma visão mais colaborativa com o Brasil, o que pode ser positivo para nossa economia, especialmente em setores que buscam uma integração sustentável com o mercado global”.

Harris, no entanto, pode exigir padrões ambientais mais rígidos de parceiros comerciais. Isso pode levar o Brasil a ajustar suas práticas agrícolas e industriais para atender a essas novas demandas.

“Apesar do custo inicial, essas exigências podem trazer benefícios no longo prazo, posicionando o Brasil como um fornecedor sustentável no mercado global”, avalia Machado.

Expectativas do mercado financeiro com o impacto da eleição americana na economia

Com a eleição americana em andamento, o mercado financeiro global está em alerta. Estudos indicam uma disputa acirrada, e, desde o final de outubro, o dólar começou a se valorizar. As taxas de juros nos EUA também alcançaram os níveis mais altos dos últimos meses. Esse cenário pressiona economias emergentes, que costumam enfrentar a fuga de capitais em momentos como este.

Geldo Machado observa que “o Brasil precisa estar preparado para ajustar suas políticas comerciais, buscando diversificar seus parceiros para reduzir a dependência dos EUA”.

Atualmente, as exportações brasileiras para os EUA representam cerca de 11% do total das exportações brasileiras, e a valorização do dólar pode dificultar a competitividade dos produtos brasileiros.

Como o Brasil pode se preparar para o impacto da eleição americana na economia

Independentemente de quem vencer as eleições nos EUA, o Brasil precisa adotar uma postura estratégica para se proteger dos impactos das políticas americanas. Um dólar alto, impulsionado por políticas americanas, pode pressionar a inflação e exigir um pilar fiscal sólido para manter a economia interna estável.

“Um pilar fiscal sólido é essencial para lidar com a valorização do dólar e evitar uma crise econômica. O corte de gastos da máquina pública é de suma importância para o momento”, recomenda Geldo Machado.

O Banco Central do Brasil pode precisar ajustar a taxa Selic para atrair investidores estrangeiros. No entanto, isso pode encarecer o crédito, o que impacta tanto o consumo quanto o investimento no país.

Diante da fuga de capitais, o Brasil pode precisar manter juros altos para atrair investimentos. Essa estratégia ajuda a evitar crises cambiais e o aumento da inflação.

Perspectivas Finais

O resultado das eleições americanas terá impactos profundos na economia global e brasileira. Uma vitória de Trump pode criar um cenário de incertezas, valorizando o dólar, elevando os juros e impondo restrições comerciais. Essas mudanças tendem a pressionar a inflação e podem impactar o crescimento econômico no Brasil. Por outro lado, uma vitória de Kamala Harris pode trazer oportunidades de cooperação, mas exigirá que o Brasil faça ajustes em políticas ambientais e comerciais.

Para os investidores e consumidores brasileiros, o momento é de cautela e atenção às mudanças globais.

Como conclui Pedro Brandão, “o Brasil precisa estar preparado para adaptar suas políticas econômicas e comerciais de acordo com o próximo presidente dos EUA, garantindo que seus interesses sejam preservados em um cenário internacional cada vez mais incerto”.

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