O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou seu balanço financeiro do terceiro trimestre deste ano nesta quarta-feira (13), no qual registrou um lucro líquido ajustado de R$ 9,5 bilhões no terceiro trimestre de 2024, marcando uma alta de 8,3% em relação ao mesmo período de 2023.
Esse resultado superou as expectativas do mercado e foi acompanhado de ajustes nas projeções financeiras para o ano, incluindo revisões nas provisões e nas despesas administrativas. Com a carteira de crédito ampliada atingindo R$ 1,2 trilhão, o banco manteve um desempenho sólido, mesmo diante dos desafios no agronegócio e do impacto de clientes em recuperação judicial.
Com a divulgação dos resultados, o Banco do Brasil também anunciou o pagamento de R$ 2,76 bilhões em Juros sobre Capital Próprio (JCP) aos seus acionistas. O valor a ser pago será de R$ 0,48330421704 por ação, e o pagamento ocorrerá em 6 de dezembro, com base na posição acionária de 25 de novembro.
Aumento de lucros e rentabilidade
O lucro líquido do Banco do Brasil no 3T24 alcançou R$ 9,5 bilhões, representando uma alta de 8,3% em relação ao mesmo período de 2023. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE) ficou em 21,5%, com um crescimento de 0,2 ponto percentual comparado ao ano anterior. No entanto, houve uma leve queda no ROE em relação ao trimestre anterior.
A carteira de crédito ampliada também teve crescimento significativo, atingindo R$ 1,2 trilhão, um aumento de 13% em relação ao ano passado. Este desempenho positivo reflete a alta demanda por crédito e o bom desempenho do setor bancário, mesmo com a atual instabilidade econômica. A margem financeira do banco subiu 9,3% no trimestre, o que também contribuiu para o bom resultado.
Revisão do guidance e ajustes no planejamento
Além dos resultados financeiros, o Banco do Brasil fez ajustes em suas projeções para o ano. A previsão para a provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) foi revisada para um intervalo entre R$ 37 bilhões e R$ 34 bilhões, com a previsão anterior de R$ 34 bilhões passando a ser o novo piso.
Outro ajuste importante foi na projeção de crescimento das despesas administrativas, que passou de uma faixa de 6% a 10% para uma previsão mais modesta de 5% a 7%. Esses ajustes visam equilibrar o crescimento financeiro do banco com a necessidade de controlar os custos operacionais.
Impactos da crise no agronegócio e aumento das provisões
Apesar do bom desempenho financeiro, no 3T24 o Banco do Brasil enfrentou desafios no setor agropecuário. A AgroGalaxy, uma das grandes tomadoras de crédito do banco, entrou com pedido de recuperação judicial, o que afetou as provisões para créditos em inadimplência. A linha de provisões cresceu 34% em relação ao ano passado, somando R$ 10,1 bilhões.
Embora o banco não tenha detalhado se a recuperação judicial da AgroGalaxy foi a principal responsável pelo aumento, ele indicou que o trimestre foi impactado por “casos de clientes em recuperação judicial”. O crescimento nas provisões reflete o esforço do banco em garantir a solidez de seu balanço, mesmo com os desafios econômicos enfrentados por clientes no setor agropecuário.