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EUA pressionam Google para vender o Chrome: o que está em jogo?

Governo dos EUA quer venda do Chrome para reduzir seu domínio nas buscas online e promover a concorrência de mercado.
Google pode ser forçado a vender o Chrome, como parte de um esforço para reduzir seu domínio no mercado de buscas e IA.
(Imagem: Reprodução / Pixabay)

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) está estudando uma medida drástica: obrigar o Google a vender seu navegador Chrome. Essa proposta faz parte de uma ação antitruste em andamento, que visa combater o monopólio do Google no mercado de buscas online. A decisão, que pode afetar a estrutura da gigante de tecnologia, foi anunciada em 19 de novembro de 2024, após o juiz Amit Mehta, responsável por um caso anterior, ter determinado que o Google detinha um monopólio ilegal. A venda do Chrome pode ser um dos passos mais severos do DOJ para remodelar o mercado digital.

Monopólio de buscas e o poder do Chrome

O Google, com seu navegador Chrome dominando cerca de 61% do mercado nos EUA, detém uma posição poderosa ao conectar os usuários ao seu motor de buscas. Com essa base de dados, a gigante consegue não só monitorar a navegação dos usuários, mas também direcionar seus anúncios de forma altamente eficaz. A venda do Chrome representaria uma grande perda para a empresa, que depende dele para sustentar grande parte de sua receita proveniente de publicidade digital.

Em um processo movido em 2020, o DOJ acusou o Google de usar sua posição dominante para prejudicar a concorrência. O juiz, em agosto de 2024, confirmou que a empresa violou leis antitruste. A proposta de venda do Chrome surge como uma das soluções possíveis, com o objetivo de reduzir o controle do Google sobre os mercados de buscas e anúncios. Além disso, o DOJ sugere que a venda do navegador seja acompanhada de outras medidas que envolvem a inteligência artificial (IA) e o sistema operacional Android, que também são pontos de acesso importantes para os produtos da empresa.

Licenciamento de dados e mudanças no Android como medidas adicionais

Além da venda do Chrome, o DOJ planeja propor que o Google seja obrigado a licenciar os dados de seu mecanismo de busca para outras empresas. A medida visa dar mais espaço para que novos concorrentes possam surgir e oferecer alternativas aos usuários. Também estão em discussão mudanças no Android, o sistema operacional que domina o mercado de smartphones, com a recomendação de desacoplá-lo de outros produtos como o mecanismo de busca e a Play Store. As autoridades também buscam oferecer maior controle aos anunciantes, permitindo que escolham com mais precisão onde seus anúncios irão aparecer.

Resposta do Google: Preocupações com a inovação e qualidade dos produtos

O Google se manifestou contra essas propostas, afirmando que elas podem prejudicar a qualidade e segurança dos seus produtos e serviços. Para a gigante, essas ações vão além das questões legais do processo e podem afetar negativamente consumidores, desenvolvedores e a competitividade da tecnologia nos EUA. A empresa afirma que o governo está promovendo uma agenda “radical” que, segundo eles, pode desestabilizar o mercado de tecnologia, especialmente em um momento em que a inovação é crucial.

O futuro do mercado de buscas e das tecnologias de IA

O caso antitruste contra o Google tem o potencial de remodelar profundamente o mercado de buscas online e a crescente indústria de inteligência artificial. Caso as propostas sejam aceitas, as mudanças não se limitarão à venda do Chrome, mas afetarão a maneira como o Google gerencia seus outros produtos e interage com seus concorrentes. A decisão final sobre as medidas contra a empresa deve ocorrer até agosto de 2025.

Esse caso evoca a tentativa do governo dos EUA de desmembrar a Microsoft na década de 1990, que resultou em uma reversão judicial favorável à empresa. Agora, resta saber se o Google conseguirá reverter essa pressão ou se o DOJ conseguirá implementar suas medidas antitruste.

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