A 65ª cúpula do Mercosul ocorre em um momento de tensão entre Brasil e Argentina, as maiores economias do bloco. As divergências políticas e econômicas resultaram em uma queda no comércio bilateral. Esse cenário, somado a desafios internos, pressionou o bloco a encontrar soluções enquanto tenta avançar no aguardado acordo com a União Europeia.
Brasil e Argentina: queda no comércio e ajustes econômicos
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostram que, entre janeiro e outubro deste ano, as exportações brasileiras para a Argentina caíram 24,8%, enquanto as importações subiram 9,7%. A balança comercial, que anteriormente registrou um superávit de US$ 4,75 bilhões, caiu para US$ 69 milhões no mesmo período.
Segundo a embaixadora Gisela Padovan, do Itamaraty, a principal causa dessa queda é o ajuste fiscal promovido pelo governo argentino. “Esse ajuste foi bastante forte e trouxe implicações para o comércio bilateral”, afirmou. Embora não existam novas barreiras comerciais entre os países, a falta de alinhamento político dificulta a recuperação do comércio.
O peso das divergências no Mercosul
O presidente argentino, Javier Milei, criticou duramente o Mercosul, chegando a ameaçar a saída da Argentina do bloco. Sua postura tem dificultado avanços em pautas comerciais internacionais. No entanto, a perspectiva de finalizar o acordo com a União Europeia mantém o país no Mercosul.
O acordo com a União Europeia: uma luz no horizonte
Os quatro países fundadores do Mercosul — Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai — chegaram a um consenso sobre os termos do acordo com a União Europeia. Agora, aguardam a aprovação final do bloco europeu. Ainda que haja progresso, as divergências internacionais continuam desafiando a integração do Mercosul.
“A ideia é buscar equilíbrio com mais comércio, e não com menos, como estamos vendendo agora”, destacou a embaixadora. A corrente comercial entre Brasil e Argentina, que já foi um dos pilares do bloco, enfrenta uma queda alarmante, reforçando a necessidade de ações conjuntas para fortalecer a relação dos dois países e também do Mercosul.
Informações da Reuters