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Diretores indicados ao Banco Central são aprovados pela comissão do Senado

Comissão de Assuntos Econômicos aprova diretores para o Banco Central. O debate incluiu inflação e política de juros.
Imagem do plenário do Senado Federal para ilustrar uma matéria jornalística sobre a aprovação dos novos diretores do Banco Central pelo CAE.
Os nomes dos diretores foram encaminhados em regime de urgência para votação no plenário de Senado Federal. (Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou nesta terça-feira (10) a indicação de três novos diretores para o Banco Central. Os nomes de Nilton José Schneider, Izabela Moreira Correa e Gilneu Astolfi Vivan foram encaminhados ao Plenário do Senado Federal em regime de urgência para deliberação final. Durante uma sabatina, o controle da inflação e a política de juros dominaram o debate.

A CAE aprovou Nilton José Schneider para a Diretoria de Política Monetária, com 22 votos a favor e cinco contrários. Se o Senado Federal aprovar a indicação, ele substituirá Gabriel Galípolo, que assumirá a presidência do Banco Central do Brasil. A comissão também indicou Izabela Moreira Correa para a Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, com 24 votos positivos e três contrários. Gilneu Astolfi Vivan, com 23 votos a favor e quatro contra, ocupará a Diretoria de Regulação.

Inflação e juros dominam sabatina

Os indicados foram questionados sobre a recente elevação da taxa Selic, que subiu de 10,5% em maio para 11,15% em novembro. Parlamentares de diferentes posições políticas abordaram os desafios da política monetária. Para o senador Sergio Moro (União-PR), o país enfrentou uma grave crise fiscal e, diante desse cenário, cobrou os futuros diretores do Banco Central rigor no controle da inflação.

— O Banco Central precisa manter uma postura firme, mesmo diante de pressões populistas — afirmou o senador.

Por outro lado, o senador Cid Gomes (PSB-CE) criticou duramente a política de juros da instituição, acusando-a de favorecer o mercado financeiro e causar prejuízo à economia. Ele sugeriu que o Banco Central poderia utilizar suas reservas cambiais para conter a valorização do dólar, que, segundo ele, estaria sendo manipulado de forma especulativa.

Diretores indicados ao Banco Central apresentam suas propostas

Imagem dos três diretores indicados ao Banco Central do Brasil.
Izabela Correa, Gilneu Astolfi e Nilton Schneider são indicados para diretoria do BC (Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Os indicados defenderam a política econômica do Banco Central e confirmaram suas visões sobre os desafios à frente. Nilton Schneider destacou que as intervenções no câmbio podem ter efeitos temporários, mas não resolvem problemas estruturais. 

Não tenho a menor dúvida de que a intervenção do Banco Central altera temporariamente o preço do câmbio. Mas a minha experiencia mostra que ela é apenas efêmera — afirmou.

Gilneu Astolfi, por sua vez, afirmou que as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) têm como foco a convergência da inflação à meta, mesmo que causem polêmicas no curto prazo.

A aplicação desse ferramental em alguns momentos pode causar controvérsia entre os diferentes agentes, mas, numa visão de longo prazo, observamos que os ciclos de elevação da taxa Selic para conter momentos de alta de inflação alcançam picos cada vez menores, o que resulta em custos menores para a sociedade colocar a inflação na meta — disse.

 Izabela Correa ressaltou a relevância da cidadania financeira e de iniciativas que se aproximam do Banco Central e da população.

É o exercício de direitos e deveres que permitem ao cidadão fazer uma gestão adequada de seus recursos. Ao longo dos últimos anos, o Banco Central criou diversas iniciativas para educar e conscientizar cidadãos e clientes acerca de seus direitos e deveres. O BC tem se aproximado cada vez mais do cidadão brasileiro — pontuou.

Experiência técnica dos indicados

O presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), destacou a necessidade de esclarecimentos técnicos sobre as decisões do Banco Central. Outros parlamentares também participaram da sabatina, abordando temas como especulação cambial e política monetária. A votação final no plenário do Senado Federal será importante para que os novos diretores assumam suas posições no Banco Central em um momento de desafio econômico.

Nilton Schneider possui experiência em grandes bancos privados, como Bradesco e Citibank. Gilneu Astolfi atua no Banco Central desde 1994 e ocupa atualmente o cargo de chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro. Por fim, Izabela Correa foi secretária de Integridade Pública na Controladoria-Geral da União e trabalhou no Banco Central entre 2017 e 2021, contribuindo em diversas áreas estratégicas.

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