O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC) e futuro presidente da instituição, Gabriel Galípolo, afirmou que a recente alta do dólar não pode se explicar como um ataque especulativo. Para ele, o termo não reflete corretamente o movimento do mercado, que levou a moeda americana a atingir R$ 6,30, mas recuar após o BC vender US$ 8 bilhões em leilões. Galípolo explicou que o mercado se compõe de diferentes players, com posições opostas, e que o aumento do dólar advém de um processo dinâmico, com vencedores e perdedores.
Ataque especulativo nas redes sociais?
Embora Galípolo não concorde que haja um ataque especulativo contra a moeda brasileira no mercado financeiro, um movimento nas redes sociais dá arguemnto para quem pensa diferente do futuro presidente do BC. O aumento do dólar em relação ao real teve a “contribuição” de informações falsas nas redes sociais, levando a Polícia Federal e à CVM a investigar um possível crime de manipulação do mercado de capitais a pedido da AGU.
O ainda presidente do BC, Roberto Campos Neto, também é contra a tese do ataque especulativo. Ele explicou que a alta do dólar está relacionada a disfuncionalidades no mercado, como uma saída atípica de dólares no final do ano. Neto afirmou que o BC agiu para conter a alta, vendendo dólares em leilões. Mas a decisão de fracionar as intervenções foi tomada para evitar impacto na taxa de juros.
Por que o dólar está subindo tanto?
Campos Neto também destacou um aumento atípico nas saídas de dólares devido ao pagamento de dividendos, remessas de pessoas físicas e operações em plataformas. Ele acredita que a alta do dólar (ataque especulativo, na visão dos críticos) tende a diminuir nas próximas semanas, devido ao menor volume de transações durante as festas de fim de ano. Por fim, garantiu que o BC tem reservas suficientes para intervir novamente, se necessário.