A unidade brasileira da multinacional alemã Bosch sofreu condenação e terá de pagar R$ 1,8 milhão em indenizações por envolvimento em esquema de corrupção que afetou 86 trabalhadores, informou o Ministério Público do Trabalho de São Paulo (MPT). Os crimes, ocorridos em 2016, vieram à tona na Operação Hipócritas, que revelou que a empresa pagava subornos a médicos peritos para manipular laudos em ações trabalhistas.
MPT queira multa maior por condenação da Bosch
O MPT inicialmente pediu R$ 60 milhões em indenizações. No entanto, a juíza Taisa Magalhães de Oliveira Santana Mendes reduziu os valores. Ela levou em conta a mudança na gestão da empresa e o encerramento do esquema. As indenizações coletivas reduziram para R$ 100 mil, e as individuais, que seriam de R$ 300 mil, ficaram em R$ 30 mil para 27 trabalhadores e R$ 15 mil para 59.
Apesar das diligências, não foram encontradas provas suficientes sobre a participação de outros representantes da Bosch. Os envolvidos, incluindo médicos peritos, enfrentam acusações de corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro, com penas de 1 a 12 anos de prisão. Algumas condenações criminais já foram feitas em cidades como Campinas, Americana e Sorocaba.
A fraude prejudicou os trabalhadores, que perderam benefícios e indenizações devido aos laudos falsificados, que impediam a comprovação de doenças ocupacionais, como patologias osteomusculares e perda auditiva, afetando suas pensões, adicionais de insalubridade e estabilidade no emprego.
Outro lado
Após condenação, a Bosch emitiu nota sobre a decisão judicial. Segundo a multinacional, “a decisão é de primeira instância e passível de recurso. Estamos analisando medidas judiciais para recorrer. Reafirmamos nosso compromisso com a legalidade e as diretrizes corporativas de conduta ética nos negócios”.