A Fitch Ratings anunciou a retirada da classificação de crédito nacional “AAA(bra)” da Itaipu Binacional, justificando a decisão por razões comerciais. No momento da retirada, na última segunda-feira (23), a perspectiva da nota era estável.
Segundo análise da agência, a nota refletia o forte vínculo entre o perfil de crédito de Itaipu e o rating soberano do Brasil. O governo brasileiro adquire cerca de 80% da energia que a usina gera e, historicamente, financiou ou garantiu boa parte das dívidas da empresa.
Os analistas destacam que Itaipu se beneficia de um tratado binacional assinado entre Brasil e Paraguai, que assegura a contratação integral da potência disponível de 12,1 GW, eliminando exposições a riscos hidrológicos ou regulatórios. “A previsibilidade de seu fluxo de caixa é um ponto forte, uma vez que o tratado cobre despesas operacionais, investimentos e serviços de dívida”, afirmam.
As condições comerciais do tratado podem ser revistas no curto prazo, mas a Fitch não projeta impactos no perfil de crédito da empresa. Apesar dessa estabilidade esperada, a agência destaca desafios financeiros importantes. Entre eles, está a redução do EBITDA, que deve cair para USD 110 milhões em 2024, frente aos USD 119 milhões registrados em 2023, devido ao aumento de despesas socioambientais e repasses tarifários.