A varejista americana Nordstrom, uma das mais icônicas redes de lojas de departamentos dos Estados Unidos, confirmou sua retirada da Bolsa de Valores. O acordo, avaliado em US$ 6,25 bilhões, envolve a família fundadora da marca e a varejista mexicana El Puerto de Liverpool, que assumirão o controle acionário.
Valores e estrutura do acordo
Os acionistas da Nordstrom receberão US$ 24,25 por ação, valor 42% superior ao registrado em 18 de março, data em que surgiram os primeiros rumores sobre a transação. A família Nordstrom manterá a maioria do controle, com 50,1% das ações, enquanto a El Puerto de Liverpool ficará com 49,9%. A negociação pode incluir um dividendo especial de até 25 centavos por ação.
A conclusão do processo está prevista para o primeiro semestre de 2025, a depender da aprovação de acionistas e órgãos reguladores.
Uma história de legado e desafios
Com mais de 120 anos de história, a Nordstrom foi fundada como uma loja de sapatos em Seattle, em 1901, e se consolidou como referência no varejo de luxo. Atualmente, conta com mais de 350 unidades nos Estados Unidos, incluindo as marcas Nordstrom Rack e Nordstrom Local. No entanto, o setor de lojas de departamento enfrenta forte concorrência de varejistas digitais e marcas de fast fashion, além de mudanças no comportamento dos consumidores.
Embora a empresa tenha registrado um aumento nas vendas no terceiro trimestre de 2024, o valor de mercado da Nordstrom está longe do pico de quase US$ 15 bilhões alcançado há cerca de uma década. A pressão de investidores e a necessidade de reposicionamento estratégico motivaram a decisão de fechar o capital.
O protagonismo da El Puerto de Liverpool
A varejista mexicana El Puerto de Liverpool, que adquiriu 10% da Nordstrom em 2022, desempenha um papel importante no acordo. Responsável por marcas como Suburbia e Liverpool, além de operar centros comerciais no México, a empresa busca ampliar sua presença internacional com a nova parceria.
Mudanças estratégicas e o futuro da empresa
Esta não é a primeira tentativa da família Nordstrom de privatizar a empresa. Em 2017, uma oferta similar foi rejeitada por ser considerada insuficiente. Agora, a transação mostra uma busca por maior flexibilidade para enfrentar os desafios do mercado, sem a pressão de investidores ativistas.
