O fundo Arila, ligado ao empresário Nelson Tanure, obteve aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para comprar a rede de supermercados Dia no Brasil, atualmente sob controle do fundo Lyra II. A decisão do órgão, teve publicação na última sexta-feira (27), abre caminho para fusão do Dia com a rede GPA.
Fusão do Dia com GPA configura monopólio?
A operação ocorre meses após o grupo espanhol Dia vender sua filial brasileira, que está em recuperação judicial devido a dívidas de R$ 1,1 bilhão. Segundo o Cade, a aquisição não resultará em concentração econômica, já que o grupo comprador não atua no setor de varejo. O órgão considerou que a operação representa apenas uma substituição de agente econômico, sem impactos negativos para a concorrência.
A rede Dia Brasil possui 244 lojas em São Paulo e é gerida por sua subsidiária DBZ, que administra os imóveis da varejista. A aprovação pelo Cade facilita planos de Nelson Tanure para a fusão do Dia Brasil com a rede GPA (PCAR3), dona do Pão de Açúcar, que opera cerca de 700 lojas.
Aquisição de Nelson Tanure repercute na bolsa
Nelson Tanure, conhecido por adquirir ativos em dificuldade, já detém 9% do GPA e pode apresentar uma proposta de fusão no início de 2025, conforme fontes da Bloomberg News. O interesse em unir as duas empresas veio a público inicialmente pelo jornal Valor Econômico, no dia 12 de dezembro.
A notícia impulsionou as ações do GPA, que chegaram a subir mais de 2% no pregão desta segunda-feira (30), encerrando a tarde com alta de 0,37%, entre as maiores variações do Ibovespa.
