A recente disputa entre a família Dubrule, fundadora da Tok&Stok, e o controlador da empresa, SPX Carlyle, chegou às vias judiciais. A contestação destaca um embate que pode moldar o futuro da companhia e suas operações no mercado. As liminares apresentadas pela família Dubrule questionam a fusão da Tok&Stok com a Mobly e levantam sérias alegações de abuso e manobras fraudulentas.
O conflito societário
A Tok&Stok, uma das maiores redes de móveis e decoração do Brasil, está no centro de um intenso conflito societário que envolve a SPX Carlyle, gestora de private equity que adquiriu uma participação majoritária na empresa em 2012. O acordo de fusão da Tok&Stok com a Mobly, anunciado recentemente, é o catalisador de uma série de disputas legais. A família Dubrule, que detém 40% das ações da Tok&Stok, entrou com duas liminares questionando a validade e a ética da transação.
Os documentos legais apresentados pelos advogados da família Dubrule acusam a SPX Carlyle de “abuso de poder de controle” ao condicionar a fusão à recuperação extrajudicial da Tok&Stok. Segundo os Dubrule, a SPX utilizou a recuperação como uma estratégia para facilitar o acordo com a Mobly, desconsiderando outras alternativas para a empresa.
Além disso, a família aponta um suposto conflito de interesse envolvendo os bancos Bradesco e Santander. De acordo com as liminares, esses bancos, que atuaram como assessores financeiros na fusão, receberam um fee de R$ 20 milhões, pagos pela SPX. A alegação é de que essa remuneração comprometeu a imparcialidade dos credores que também estavam envolvidos no processo de recuperação extrajudicial da empresa.
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Questões Jurídicas e Estratégias
Os advogados afirmam que o pedido de recuperação extrajudicial foi uma manobra para evitar que a família Dubrule pudesse exercer uma cláusula de vencimento antecipado de uma dívida de R$ 110 milhões que detém contra a companhia. A família pretende avançar com uma capitalização de R$ 210 milhões, independentemente das ações da SPX e da Mobly.
As liminares e as acusações levantadas refletem a complexidade da transação e o nível de conflito entre os principais stakeholders envolvidos. A resolução deste imbróglio poderá determinar não apenas o futuro da Tok&Stok, mas também influenciar as práticas de fusões em empresas controladas por gestoras de private equity.