Os preços da gasolina, do diesel e do etanol registraram aumentos importantes em 2024, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Esse cenário reflete mudanças tributárias, interferência da Petrobras e condições econômicas globais, com destaque para o aumento do etanol.
Alta nos preços da gasolina, do diesel e do etanol
A gasolina, que teve seu preço médio elevado de R$ 5,58 no final de 2023 para R$ 6,15 no fim de 2024, apresentou aumento de 10,21%. O etanol, com alta de 20,46%, subiu de R$ 3,42 para R$ 4,12, influenciado pela queda na produção de cana-de-açúcar e pela valorização do açúcar no mercado internacional. Já o diesel registrou aumento mais tímido, de 3,41%, passando de R$ 5,86 para R$ 6,06.
Impacto tributário nos combustíveis
A reoneração de impostos como PIS/Cofins e o aumento do ICMS foram determinantes para a elevação nos preços. Em janeiro de 2024, a gasolina sofreu reoneração de R$ 1,37 por litro, enquanto o diesel e biodiesel tiveram acréscimos de R$ 1,06. Essas mudanças encerraram um ciclo de isenções iniciado em 2021 para conter a inflação durante a pandemia.
Petrobras e a nova política de preços dos combustíveis
Desde 2023, a Petrobras abandonou a política de paridade internacional (PPI), ajustando os preços dos combustíveis de forma independente do dólar e da cotação do petróleo. Em 2024, houve apenas um aumento no preço da gasolina, aplicado em julho. A alta foi de R$ 0,20 (ou 7,11%) para as distribuidoras, o que resultou no valor de R$ 3,01. Essa estabilidade contribuiu para diminuir a variação de preços e minimizar os efeitos inflacionários.
Apesar disso, a estatal enfrentou desafios financeiros, com redução de margens de refino e lucro menor em 2023. Mesmo assim, suas ações subiram cerca de 20% em 2024, mostrando a aprovação do mercado quanto à nova política.
A alta nos preços dos combustíveis no orçamento das famílias
A gasolina, responsável por 5% do orçamento médio das famílias, pressionou menos a inflação em 2024. No acumulado de 12 meses até outubro, os combustíveis contribuíram com 9,53% do IPCA, contra 17,57% em 2023. O etanol, embora tenha registrado a maior alta, impactou menos devido à sua menor representatividade no orçamento familiar.
Vídeo do canal Jornalismo TV Cultura no YouTube.
Perspectivas para o futuro
O cenário mundial traz incertezas para os preços dos combustíveis. Conflitos internacionais e a políticas energéticas de grandes economias, como os Estados Unidos, podem influenciar o mercado de petróleo e a inflação no Brasil. A situação fiscal e as medidas econômicas do governo Lula serão determinantes para o comportamento dos preços em 2025.