Os Estados Unidos chegarão ao limite de sua dívida pública de US$ 36 trilhões na terça-feira (21), forçando o Departamento do Tesouro a adotar medidas emergenciais para evitar um calote. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, informou o Congresso sobre a situação em uma carta oficial.
O alerta surge às vésperas da posse de Donald Trump, aumentando a pressão sobre parlamentares para encontrar uma solução. O Congresso dos Estados Unidos terá que decidir entre elevar ou suspender o teto da dívida, enquanto enfrenta divisões internas e negociações complexas.
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Medidas extraordinárias sustentam governo até março
Para manter os pagamentos em dia, o Tesouro recorrerá a ajustes contábeis temporários, evitando um calote imediato. De acordo com Janet Yellen, essas ações garantirão a liquidez do governo até 14 de março. No entanto, sem um acordo no Congresso, a possibilidade de um impasse financeiro aumenta.
A Câmara e o Senado precisam não apenas resolver o teto da dívida, mas também aprovar o orçamento para o ano fiscal de 2025. A atual legislação de financiamento expira em 14 de março, mesma data em que as medidas emergenciais perderão efeito, tornando o debate ainda mais crítico.
Republicanos divididos sobre a solução para o teto da dívida dos EUA
O presidente da Câmara, Mike Johnson, enfrenta dificuldades para unificar sua bancada em torno de uma proposta viável. Enquanto conservadores defendem cortes nos gastos antes de qualquer ampliação da dívida, outros republicanos reconhecem a necessidade de evitar uma crise econômica.
O embate interno se intensificou em dezembro, quando Donald Trump pressionou para que o teto da dívida fosse tratado dentro de um pacote mais amplo de gastos. No entanto, uma proposta republicana para suspender o limite até 2027 não avançou, em parte devido à resistência dentro do próprio partido.
Diante do impasse, líderes republicanos sugeriram um aumento de US$ 1,5 trilhão no teto, acompanhado de cortes de US$ 2,5 trilhões nos gastos. A medida poderia aliviar a pressão temporariamente, mas especialistas alertam que a questão voltaria à mesa em breve.
Impacto e histórico do teto da dívida nos Estados Unidos
O limite da dívida dos Estados Unidos foi suspenso até janeiro de 2024 como parte do Ato de Responsabilidade Fiscal, aprovado em junho de 2023 após intensas negociações entre democratas e republicanos. Na época, o teto estava em US$ 31,4 trilhões.
Em uma movimentação técnica, o Tesouro evitou que o limite fosse atingido no início do ano ao resgatar certos títulos. No entanto, Janet Yellen já havia alertado que o marco seria alcançado entre 14 e 23 de janeiro, o que agora se confirma.
Com a incerteza sobre um acordo no Congresso, economistas alertam para o risco de turbulências no mercado financeiro. O que acontecer nas próximas semanas pode afetar não apenas os EUA, mas também a economia global.