O braço filantrópico de Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York e enviado especial da ONU para mudanças climáticas, anunciou nesta quinta-feira (23) que fornecerá financiamento para cobrir a contribuição dos Estados Unidos ao orçamento climático da ONU, após a retirada de apoio financeiro pelo presidente Donald Trump.
Trump, em seu retorno à presidência, anunciou no dia 20 a saída dos EUA do Acordo de Paris e o fim do financiamento climático internacional, repetindo a decisão já tomada em seu mandato anterior (2017-2021).
Como será o financiamento da Bloomberg?
Em resposta, a Bloomberg Philanthropies, junto a outros que farão o financiamento climático norte-americano, garantiu o cumprimento das obrigações globais dos EUA. “Isso inclui a cobertura da contribuição anual à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC)“, afirmou a organização em comunicado. No entanto, os valores ou detalhes sobre outros financiadores não foram divulgados.
A UNFCCC, responsável por negociações climáticas anuais e pela implementação de acordos como o Acordo de Paris de 2015, enfrenta um grave déficit orçamentário que ameaça o diálogo climático global, segundo análise da Reuters. Daí a necessidade do financiamento da Bloomberg.
Sobre o financiamento, a Bloomberg reforçou seu compromisso em colaborar com estados, cidades e empresas para que os EUA permaneçam alinhados às metas climáticas globais. “De 2017 a 2020, cidades, estados e empresas enfrentaram o desafio de manter nossos compromissos durante a inação federal – e faremos isso novamente”, afirmou.
EUA responde por mais de 20% da receita
Os EUA, responsáveis por 21% do orçamento da UNFCCC, pagaram em 2024 uma contribuição obrigatória de 7,2 milhões de euros e quitaram atrasos de 3,4 milhões de euros acumulados entre 2010 e 2023. Diante dessa necessidade, financiamento da Bloomberg é bem visto pelas membros da entidade.
Simon Stiell, chefe climático da ONU, agradeceu o apoio da Bloomberg Philanthropies. Além disso, elogiou a liderança de Michael Bloomberg, destacando o impacto positivo dessa contribuição em um momento crítico para as negociações climáticas. Além do ativismo político, Bloomberg, de 82 anos, é um dos empresários mais ricos do mundo e fundador do grupo de mídia que leva o seu nome.