O bilionário brasileiro Elie Horn, fundador da Cyrela e um dos mais influentes do país, tomou uma decisão que poucos empresários de seu porte adotam: doar 60% de sua fortuna para a filantropia. Aos 80 anos, ele acredita que essa é sua missão de vida e busca convencer outros empresários a seguir o mesmo caminho. A Cyrela, construtora que fundou e transformou em referência no mercado imobiliário, tem previsão de faturamento de R$ 10 bilhões em 2025.
Bilionário brasileiro superou desafios para construir império imobiliário
Nascido em Alepo, na Síria, em 1944, Elie Horn veio ao Brasil ainda criança, após sua família enfrentar dificuldades financeiras no Líbano. Em São Paulo, trabalhou desde cedo para ajudar no sustento da casa, vendendo goma-laca de porta em porta. Na adolescência, entrou para o setor imobiliário como funcionário da empresa do irmão, Joe, e logo percebeu o potencial do mercado.
Com um modelo de negócios ousado, comprava imóveis sem ter todo o dinheiro e revendia rapidamente para quitar os pagamentos. Assim, fundou a Cyrela nos anos 1970, transformando-a em uma das maiores construtoras do país. A empresa expandiu para empreendimentos de luxo e, com o IPO em 2005, viveu um período de grande crescimento, chegando a atuar em 120 cidades. A fortuna de Elie Horn é avaliada em mais de R$ 3 bilhões.
Filantropia e a busca por um legado social
Elie Horn se afastou da gestão da Cyrela em 2014, deixando o comando para seus filhos, Efraim e Raphael. Desde então, se dedica integralmente à filantropia. Ele foi o primeiro bilionário brasileiro a aderir ao Giving Pledge, iniciativa criada por Bill Gates e Warren Buffett, comprometendo-se a doar 60% de sua fortuna para causas sociais.
O empresário e bilionário brasileiro acredita que a caridade deve ser uma responsabilidade compartilhada. Para incentivar essa mentalidade, criou o Think Tank do Bem, reunindo nomes como Fabio Barbosa (Natura&Co), Ellen Gracie (ex-STF) e Guilherme Benchimol (XP Inc.) Atualmente, o objetivo do projeto é incentivar empresários a financiarem iniciativas de impacto social.
Cyrela segue em expansão e deve faturar R$ 10 bilhões
Mesmo longe da gestão diária, Elie Horn acompanha de perto a evolução da Cyrela. A construtora mantém sua posição de destaque no setor e tem previsão de faturamento de R$ 10 bilhões este ano. A estratégia da empresa continua voltada para empreendimentos de alto padrão, segmento que sofre menos com oscilações econômicas.
“Parar é morrer”: o bilionário brasileiro que não desacelera
Elie Horn não pensa em descanso. Ele acredita que sua missão de vida é continuar gerando impacto positivo. “Se Deus me deu força para produzir, eu seria covarde de não produzir”, afirma. Seus dias são preenchidos por leituras e projetos sociais, sempre com a intenção de ajudar quem mais precisa.
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Apesar de enfrentar desafios ao tentar convencer outros bilionários a doarem suas fortunas, ele não desiste. “Tento, às vezes consigo, às vezes não. Mas sigo tentando”, diz. Para o bilionário brasileiro, o maior obstáculo não é cultural, mas sim o egoísmo. Seu objetivo é quebrar essa barreira e mostrar que a riqueza pode e deve ser usada para transformar vidas.