O Carrefour Brasil estuda planos para converter o Atacadão (CRFB3) em uma subsidiária integral, retirando suas ações da bolsa de valores brasileira. A proposta foi submetida à administração da companhia e prevê o resgate dos papéis dos acionistas, segundo fato relevante divulgado nesta terça-feira (11).
A iniciativa confirma informações antecipadas mais cedo pela Bloomberg, que revelou que o Carrefour Brasil estaria explorando a possibilidade de tornar o Atacadão uma empresa privada. Segundo o comunicado, as negociações já estão em estágio avançado.
O que acontecerá com os acionistas da Carrefour Brasil?
Se o plano for aprovado, os acionistas terão três opções para converter suas ações na nova estrutura societária:
- Receber R$ 7,70 por ação em dinheiro;
- Receber 0,45 ações do Carrefour França e 0,45 BDRs do Carrefour França, mais R$ 3,85 em dinheiro;
- Receber 0,09 ações do Carrefour França ou 0,09 BDRs do Carrefour França.
A empresa destaca que o objetivo da operação é aumentar a liquidez para os investidores, oferecendo um prêmio superior a 30% sobre o preço médio das ações nos últimos 30 dias. Além disso, os acionistas poderão manter exposição ao negócio brasileiro por meio da bolsa de valores da França.
Vídeo do canal Ler e Empreender no YouTube.
Estratégia do Carrefour e impacto no mercado
O Carrefour, que já controla quase 70% das ações do Atacadão, também conhecido como Carrefour Brasil, trabalha com consultores para adquirir os papéis que ainda não possui. O Atacadão, que abriu capital em 2017, tem atualmente um valor de mercado estimado em US$ 2,4 bilhões.
As ações da companhia responderam ao anúncio com alta de 12,40%, sendo negociadas a R$ 7,25 às 16h (horário de Brasília).
A proposta também inclui um pedido para que o Atacadão se torne uma empresa de categoria B, o que impediria a emissão de novas ações, mas ainda permitiria a captação de recursos por meio de debêntures.
Futuro do Carrefour Brasil e decisões estratégicas
A decisão do Carrefour ocorre em meio a esforços para aumentar sua valorização no mercado. Em novembro, a Bloomberg News revelou que o grupo francês estava estudando formas de melhorar sua avaliação, mais de três anos após a Alimentation Couche-Tard Inc. ter desistido de uma possível fusão com a rede.
Embora o Carrefour tenha avançado com as negociações, fontes ligadas à empresa afirmam que nenhuma decisão final foi tomada e que o grupo pode optar por não seguir adiante com o plano. O desfecho dependerá da resposta dos acionistas e da aprovação dos órgãos reguladores.









