O Grupo Carrefour no Brasil confirmou, nesta quinta-feira (12), as demissões de mais de dois mil funcionários. Esse número representa cerca de 1,7% do quadro de colaboradores da empresa, que conta com mais de 130 mil funcionários efetivos. As demissões, iniciadas em novembro, fazem parte de ajustes internos da companhia.
A assessoria de imprensa do Carrefour afirmou que os desligamentos estão alinhados ao ritmo natural do varejo, um setor conhecido por alta rotatividade. Segundo a empresa, esse tipo de movimento não compromete os serviços oferecidos aos clientes.
“A dinâmica do varejo frequentemente envolve ajustes no quadro, o que não afeta a experiência dos consumidores”, declarou a assessoria.
Alta rotatividade e novas contratações
Mesmo com as demissões, o Carrefour destacou que investiu em novas contratações para atender à demanda de fim de ano. Em outubro, foram abertas 6 mil vagas temporárias em todo o país, garantindo a operação durante o período de maior fluxo nas lojas.
Além das demissões, o Carrefour vende lojas
O Carrefour, além das demissões, anunciou a venda de oito unidades da marca Nacional em Curitiba. Essa operação faz parte de um plano estratégico para arrecadar R$ 400 milhões com desinvestimentos. A empresa já comercializou sete unidades da marca Bompreço e planeja vender todas as 64 lojas Nacional e Bompreço até meados de 2025.
Essas mudanças são para simplificar a estrutura do grupo e direcionar investimentos para áreas estratégicas. “A reorganização das lojas reflete nossa busca por uma operação mais eficiente e alinhada às demandas do mercado”, afirmou a companhia.
Crise internacional
Além dos desafios internos, o Carrefour também enfrentou recentemente um episódio delicado envolvendo a carne brasileira em seu mercado internacional. Na França, a rede foi alvo de críticas após declarações de Alexandre Bompard, presidente global do Carrefour, que questionaram os padrões de qualidade da carne do Brasil. O episódio gerou um movimento de boicote entre produtores brasileiros e levou à suspensão temporária da comercialização de produtos do Mercosul.
O impasse foi solucionado com uma retratação pública de Alexandre Bompard, reconhecendo a qualidade dos produtos brasileiros e reafirmando o compromisso do Carrefour com a parceria comercial com o Brasil.
Segundo o chanceler Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, o episódio está resolvido tanto na esfera governamental quanto empresarial. A crise, que preocupou o setor agropecuário, agora representa uma oportunidade para reforçar a imagem da carne brasileira em mercados estratégicos como a França.











