A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou janeiro de 2025 com alta de 0,16%, a menor taxa para o mês desde o início do Plano Real. O índice desacelerou em relação a dezembro, quando variou 0,52%, e reduziu o acumulado em 12 meses para 4,56%.
O que puxou a queda da inflação do Brasil?
O principal fator por trás da desaceleração do IPCA foi a redução no custo da energia elétrica residencial, que teve uma queda de 14,21%. Esse movimento exerceu o maior impacto negativo no índice geral (-0,55 ponto percentual), aliviando a inflação do mês.
De acordo com Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, essa redução se deve à aplicação do Bônus de Itaipu, que foi creditado nas contas de luz emitidas em janeiro. A energia elétrica faz parte do grupo Habitação, que registrou recuo de 3,08% e impactou o IPCA em -0,46 ponto percentual.
Alimentos e transportes pressionam os preços
Apesar da queda na energia elétrica, os grupos de Transportes e Alimentação continuaram exercendo pressão sobre a inflação do Brasil.
Os Transportes registraram alta de 1,30%, refletindo os aumentos nas passagens aéreas (10,42%) e no transporte público urbano, como ônibus (3,84%). No total, esse grupo contribuiu com 0,27 ponto percentual para a inflação do mês.
Já o grupo Alimentação e bebidas subiu pelo quinto mês seguido, registrando variação de 0,96% e impacto de 0,21 ponto percentual. Dentro desse segmento, os preços da alimentação em casa subiram 1,07%, com aumentos em itens como cenoura (36,14%), tomate (20,27%) e café moído (8,56%). Em contrapartida, a batata-inglesa (-9,12%) e o leite longa vida (-1,53%) ficaram mais baratos.
Vídeo do canal CNN Brasil no YouTube.
A alimentação fora do domicílio também subiu, mas em ritmo menor, passando de 1,19% em dezembro para 0,67% em janeiro. O preço dos lanches aumentou 0,94%, enquanto as refeições tiveram alta de 0,58%.
Cidades com maior e menor variação de preços
O levantamento da inflação do Brasil, realizado pelo IBGE em 16 regiões do país, mostrou que Aracaju teve a maior variação positiva no IPCA de janeiro, com alta de 0,59%, impulsionada pelo aumento no preço das passagens aéreas (13,65%).
Por outro lado, Rio Branco registrou a maior queda (-0,34%), refletindo a redução da energia elétrica na cidade (-16,60%). Outras localidades que apresentaram variação negativa foram Curitiba (-0,09%), São Luís (-0,08%), Porto Alegre (-0,03%) e Goiânia (-0,03%).
Inflação para famílias de menor renda se mantém estável no Brasil
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação de preços para famílias com renda de até cinco salários mínimos, ficou estável em janeiro, com variação de 0,0%. No acumulado de 12 meses, a taxa caiu para 4,17%, abaixo dos 4,77% registrados no período anterior.
Os preços dos alimentos subiram menos em janeiro (0,99%) do que em dezembro (1,12%), enquanto os itens não alimentícios registraram variação negativa (-0,33%).
Regionalmente, Salvador teve a maior alta no INPC (0,47%), influenciada pelo aumento do transporte público. Em contrapartida, Rio Branco registrou a maior queda (-0,49%), puxada pela redução na conta de luz. No total, oito das 16 localidades pesquisadas apresentaram variações negativas, incluindo São Paulo (-0,18%) e Rio de Janeiro (-0,13%).
Fernando Gonçalves, do IBGE, explica que “o INPC se manteve estável porque, enquanto alguns preços subiram, como os alimentos, outros tiveram redução, como a energia elétrica“.