O mercado financeiro ajustou suas previsões para o déficit fiscal primário do Brasil, indicando uma melhora na projeção para 2025, mas um agravamento para 2026. Essa mudança reflete uma série de fatores macroeconômicos, incluindo arrecadação, despesas do governo e a trajetória da dívida pública.
O que explica a melhora do déficit fiscal primário em 2025?
A revisão para um déficit fiscal primário menor em 2025 ocorre principalmente devido à expectativa de maior arrecadação e uma leve redução nas projeções de despesas. O governo tem buscado ampliar receitas por meio de novas medidas tributárias e combate à sonegação, o que tem influenciado positivamente as estimativas. Além disso, a melhora na atividade econômica pode impulsionar a arrecadação de impostos, aliviando parte do rombo nas contas públicas.
Outro fator relevante é a redução na projeção da dívida pública bruta em relação ao PIB para 2025. Com um endividamento menor do que o esperado anteriormente, os custos com juros da dívida podem ser menos impactantes para o orçamento federal no curto prazo.
Déficit primário de 2024 fica em 0,09% do PIB
Por que a previsão do déficit fiscal primário piora em 2026?
Já para 2026, o cenário se torna mais desafiador. A projeção de déficit fiscal primário piorou devido à expectativa de aumento dos gastos públicos e incertezas em relação à sustentabilidade do arcabouço fiscal. Apesar da perspectiva de crescimento na arrecadação, as despesas projetadas para o período superam esse aumento, levando a um saldo negativo maior do que o estimado anteriormente.
Além disso, a dívida bruta do governo geral deve crescer em 2026, o que pode elevar os custos do serviço da dívida e pressionar ainda mais o déficit fiscal primário. O Banco Central, por sua vez, mantém uma política monetária cautelosa, o que influencia o custo da dívida e a dinâmica das contas públicas.
O impacto da política fiscal e da economia nas contas públicas
O governo tem como meta zerar o déficit fiscal primário até o final de 2024 e alcançar um superávit em 2026. No entanto, especialistas do mercado financeiro alertam para os desafios dessa estratégia, considerando o atual cenário econômico e político. A sustentabilidade das contas públicas dependerá do equilíbrio entre arrecadação e gastos, além da manutenção de um ambiente econômico favorável.
A trajetória do déficit fiscal primário segue sendo um dos principais focos do mercado e do governo. Ajustes nas políticas econômicas, novas medidas fiscais e o desempenho da economia nos próximos meses serão determinantes para definir se as projeções atuais se concretizarão ou sofrerão novas alterações.
Diante desse panorama, a necessidade de controle das despesas e ampliação da receita seguirá no centro das discussões sobre o futuro fiscal do Brasil.