A produção de borracha nativa da Amazônia voltou a crescer e trouxe melhorias para a economia local. Em 2024, seringueiros de vários municípios do Amazonas faturaram R$ 2,2 milhões com a safra. Foram produzidas 160 toneladas de borracha nativa do tipo CVP (Cernambi Virgem Prensado), um aumento de 23,08% em relação ao ano anterior. Mais de 500 famílias se beneficiaram com essa atividade sustentável.
Desafios enfrentados pelos seringueiros
Mesmo com esse crescimento, ainda existem desafios. O Amazonas não tem uma usina para processar a borracha nativa, o que obriga os produtores a enviá-la para a Bahia. Isso aumenta os custos e dificulta a expansão do setor. Além disso, os seringueiros precisam de mais apoio do governo, como acesso a crédito e benefícios específicos para impulsionar a produção.
Projeto fortalece a produção da borracha nativa e gera oportunidades
O projeto “Juntos pela Amazônia – Revitalização da Cadeia Extrativista da Borracha Nativa” tem ajudado a fortalecer o setor. Desde seu início, o número de seringueiros aumentou de 100 para mais de 500. Além disso, a logística de transporte e comercialização melhorou, trazendo mais estabilidade para os produtores e garantindo maior previsibilidade na renda.
Confira vídeo de apresentação do Projeto “Juntos pela Amazônia” – revitalizando a cadeia extrativista da borracha:
Crescimento e futuro da borracha nativa na Amazônia
A produção de borracha nativa tem crescido a cada ano. Em 2022, foram 65 toneladas; em 2023, esse volume dobrou para 130 toneladas. Em 2024, a produção chegou a 160 toneladas, mesmo com dificuldades como a seca histórica que afetou a região.
Na segunda-feira (10/02), uma carga de mais de 50 toneladas de borracha nativa saiu do porto do Demétrio, localizado no bairro Educandos, em Manaus, com destino a Salvador, na Bahia. Esse envio encerra oficialmente a safra de 2024 e demonstra a evolução da produção, além da importância das associações extrativistas na organização e no escoamento da borracha.
Jhassem Siqueira, coordenador do projeto no Memorial Chico Mendes (MCM), destaca que o setor pode crescer ainda mais com investimentos e políticas públicas adequadas para fomentar a cadeia da borracha.
Atualmente, o governo federal paga R$ 3,00 por quilo de borracha nativa, com um adicional estadual de R$ 2,00. Alguns municípios também oferecem incentivos. Para Rosa Castro, assistente de projetos do MCM, esse crescimento não é apenas econômico.
“Estamos ajudando as comunidades a manterem suas tradições e preservarem a floresta, garantindo um futuro sustentável para a borracha nativa”, afirma.