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Prejuízo da MRV&Co dobra: os impactos e o futuro da empresa

MRV&Co fechou o trimestre com prejuízo de R$ 249,8 milhões. Estratégia agora foca na redução da dívida e na venda de ativos nos EUA.
MRV&Co registra prejuízo de R$262,9 milhões no trimestre, impactada pela Resia nos EUA, mas mantém lançamentos no Brasil e aposta na venda de ativos.
(Imagem: divulgação/MRV&Co)

A MRV&Co encerrou o quarto trimestre com um prejuízo líquido de R$ 249,8 milhões, mais que o dobro das perdas registradas no mesmo período de 2023, quando o saldo negativo foi de R$ 105 milhões. Os resultados foram divulgados na noite de segunda-feira (24).

O prejuízo líquido ajustado da MRV&Co, que exclui impactos financeiros como marcação a mercado da dívida e operações de swap, atingiu R$ 153,8 milhões. O valor representa um avanço de 22,5% em relação ao ano anterior. O principal fator para esse resultado foi a subsidiária americana Resia, que acumulou prejuízo de US$ 39,6 milhões (R$ 226,7 milhões) no trimestre e de US$ 69,8 milhões (R$ 399,6 milhões) no ano.

O que levou a esse prejuízo da MRV&Co?

Entre outubro e dezembro, a receita líquida da empresa cresceu 22,4%, chegando a R$ 2,38 bilhões, enquanto a margem bruta subiu para 26,6%. No acumulado do ano, a MRV&Co registrou prejuízo líquido de R$ 503,2 milhões, um salto em relação às perdas de R$ 29,8 milhões em 2023.

Apesar do prejuízo consolidado, a operação brasileira apresentou uma melhora na estrutura financeira. A dívida líquida da companhia no Brasil recuou 7,6% no ano, fechando dezembro em R$ 2,29 bilhões. Além disso, a relação entre dívida líquida e Ebitda caiu de 4,77 vezes para 1,84 vez, um avanço, embora ainda distante da meta de alavancagem zero.

“Foi uma redução expressiva, mas ainda há um caminho a percorrer”, afirmou Ricardo Paixão, diretor financeiro da MRV&Co.

Enquanto isso, a dívida da Resia seguiu trajetória oposta, avançando 20,6% e alcançando US$ 639 milhões (R$ 3,66 bilhões). A alavancagem da subsidiária também cresceu, atingindo 227,1%, refletindo os desafios da operação nos Estados Unidos.

Expansão e ajustes na estratégia?

No Brasil, os números operacionais da MRV&Co mostraram crescimento. O segmento de incorporação imobiliária alcançou R$ 9,66 bilhões em lançamentos, alta de 66,5% em relação ao ano anterior. As vendas líquidas atingiram R$ 10 bilhões, um recorde para a companhia. A loteadora Urba também se destacou, dobrando seus lançamentos para R$ 169 milhões e ampliando as vendas em 22,4%, somando R$ 105 milhões.

Nos Estados Unidos, a Resia registrou avanço de 32,7% nas vendas líquidas, totalizando R$ 830 milhões. Para 2024, o foco da MRV&Co será a redução do endividamento da subsidiária americana. A estratégia inclui diminuir a presença em algumas cidades — a empresa já interrompeu projetos em Austin, no Texas —, adotar um ritmo mais lento de lançamentos, limitando-se a dois por ano, e vender ativos. O objetivo é arrecadar US$ 800 milhões até 2026 com a comercialização de terrenos e empreendimentos.

A expectativa da MRV&Co é que um cenário econômico mais favorável nos Estados Unidos, com a possível redução das taxas de juros, ajude na venda dos ativos.

“Esperamos negociar mais um projeto no segundo trimestre, o que pode contribuir para melhorar nossa estrutura financeira”, afirmou Ricardo Paixão.

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