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Nova operação investiga fintechs ‘banks’ por lavagem de dinheiro ligadas ao PCC

Uma operação nova do Ministério Público de São Paulo e da Polícia Federal investiga fintechs por lavagem de dinheiro ligada ao PCC, resultando na prisão de um policial civil. As autoridades verificam se instituições como 2GO Bank e InvBank movimentaram R$ 30 milhões ilícitos. A falta de regulamentação dificulta o rastreamento das transações. Veja como a investigação pode impactar as fintechs.
Agentes da Polícia Federal e da Força-Tarefa durante operação investigando lavagem de dinheiro em fintechs, caminhando em um estacionamento
Promotores do Gaeco destacam que as novas tecnologias substituíram métodos tradicionais de lavagem de dinheiro. (Foto: Divulgação PF)

Na manhã desta terça-feira (25), uma operação conjunta do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e da Polícia Federal (PF) prendeu um policial civil e cumpriu mandados de busca e apreensão em investigação sobre lavagem de dinheiro em fintechs. A ação apura o envolvimento das instituições financeiras 2GO Bank e InvBank na movimentação de recursos do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Esquema de lavagem de dinheiro em fintechs

Segundo os investigadores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), essas fintechs teriam dissimulado a origem de recursos do crime organizado por meio da compra de imóveis e transferências financeiras para contas de terceiros. O policial civil Cyllas Elia Junior, preso na operação, se apresentava como CEO da 2GO Bank. Ele estava afastado da corporação desde 2022, mas retornou ao serviço neste ano.

As autoridades apuram se as empresas investigadas utilizavam mecanismos tecnológicos para mascarar transações financeiras e ocultar a real origem dos valores movimentados. De acordo com as investigações, cerca de R$ 30 milhões passaram pelos sistemas dessas fintechs, o que levanta suspeitas sobre fraudes financeiras em plataformas digitais.

Cyllas Elia, CEO da 2GO Bank, sorridente e de braços cruzados, vestindo camisa preta com logotipo da fintech investigada por lavagem de dinheiro e símbolo de Bitcoin na manga.
Cyllas Elia CEO do 2go Bank (Foto: Divulgação)

Brechas regulatórias e uso indevido da tecnologia

A investigação aponta que a regulamentação atual do setor apresenta falhas que permitem a ocorrência de atividades ilícitas sem uma fiscalização rigorosa do Banco Central. As fintechs trazem inovação para os serviços financeiros, como transferências internacionais e gestão de pagamentos digitais. No entanto, a supervisão dessas empresas ainda enfrenta desafios.

Promotores do Gaeco destacam que as novas tecnologias substituíram métodos tradicionais de lavagem de dinheiro, como a atuação de doleiros, tornando o rastreamento mais complexo. O promotor Fábio Bechara reforça que esses meios digitais criaram novas formas de dissimular recursos provenientes do crime, aumentando os riscos de compliance em fintechs.

Consulta pública do Banco Central e impacto para fintechs

O Banco Central abriu uma consulta pública no dia 13 de fevereiro para avaliar a proibição do uso dos termos “bank” ou “banco” em fintechs sem licença bancária. A medida visa evitar que empresas sejam confundidas com instituições financeiras tradicionais.

Caso a nova regulamentação seja implementada, empresas que utilizam esses termos deverão alterar suas marcas para adequação às normas do setor. A proposta também pretende evitar que consumidores sejam induzidos ao erro. Ela proíbe instituições sem autorização bancária plena de usarem nomes que sugiram ser bancos tradicionais. Essa mudança também reforça a autorregulação no mercado de fintechs, buscando maior transparência e segurança.

Outra operação contra lavagem de dinheiro em fintechs

Uma das preocupações do Banco Central são os recentes casos de investigações da Polícia Civil de São Paulo. Essas apurações começaram a expor um esquema sofisticado envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC), no qual um grupo movimentou bilhões de reais por meio de fintechs de fachada que se passavam por bancos legítimos.

Um dos casos mais notórios envolve o banco digital 4TBank, onde a polícia revelou que essa fintech operou mais de R$ 8 bilhões para financiar políticos e campanhas eleitorais. Criminosos usaram os valores movimentados para legalizar dinheiro de atividades ilícitas e fortalecer o crime organizado. As autoridades seguem investigando novas ramificações desse esquema, o que reforça a necessidade de maior fiscalização e regulamentação no setor.

Desdobramentos da investigação sobre a lavagem de dinheiro em fintechs

A operação desta terça-feira representa mais um desdobramento da delação de Vinícius Gritzbach, acusado de lavar dinheiro para o PCC e assassinado em novembro de 2024 no Aeroporto Internacional de Guarulhos. A partir de suas revelações, autoridades mapearam a atuação de fintechs na movimentação de valores da facção criminosa.

Os investigadores também cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços de seis pessoas associadas à gestão das fintechs investigadas. A defesa de Cyllas Elia Junior afirmou desconhecer a prisão do policial e não se manifestou até o momento.

A fiscalização das fintechs e novas regulamentações devem receber mais atenção nos próximos meses. Por isso, o monitoramento das transações e o reforço na prevenção à lavagem de dinheiro são fundamentais para a segurança do setor.

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