Após um 4T24 desafiador, com um prejuízo bilionário, a recuperação da Braskem no 1T25 é vista com cautela pelos analistas. Apesar de uma leve melhora operacional esperada no Brasil e no México, a empresa ainda enfrenta a pressão da demanda global fraca e dos baixos spreads petroquímicos.
Recuperação gradual da Braskem e pressão nos spreads
O JPMorgan projeta uma melhora sequencial no Brasil, impulsionada pelo aumento da utilização e dos volumes de vendas. No entanto, a precificação dos produtos continua pressionada, limitando um crescimento expressivo no EBITDA. Nos EUA e na Europa, espera-se uma leve recuperação, mas com queda nos spreads. No México, o aumento da utilização e dos spreads é esperado, mas o acúmulo de estoques pode restringir a receita.
Fluxo de caixa e preocupações com alavancagem
O fluxo de caixa livre (FCF) continua sendo uma preocupação. A Braskem deve continuar consumindo caixa no 1T25, com previsão de FCF positivo apenas em 2026. A alavancagem elevada, que encerrou 2024 acima do esperado, também exige atenção. O aumento da dívida reforça a necessidade de geração de caixa consistente para evitar problemas de refinanciamento.
Estratégias e desafios do setor
A Braskem planeja um plano de investimentos enxuto, priorizando projetos estratégicos. A diversificação da matriz de matéria-prima, com foco em etano e propano, visa reduzir a dependência da nafta. No entanto, o aumento da capacidade global de produção, especialmente na China, mantém os spreads pressionados.
Perspectivas e possíveis gatilhos
O BTG Pactual mantém recomendação neutra para a ação BRKM5, devido às incertezas e ao prolongamento do ciclo de baixa da indústria. A venda da Braskem é vista como um possível gatilho para a ação, mas as sinalizações da administração indicam que uma negociação não é iminente. A performance da empresa continuará sendo guiada pelos fundamentos do setor e pela adaptação ao cenário macroeconômico global.