A conta de luz subiu 16,8% em fevereiro e se tornou o principal fator para o avanço da inflação no Brasil. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 1,31% no mês, a maior para fevereiro desde 2003. A inflação acumulada em 12 meses também ultrapassou os 5%, reforçando a preocupação com a escalada dos preços.
Inflação e conta de luz em alta
A inflação oficial acelerou e atingiu 1,31% em fevereiro, marcando o maior avanço para o mês em 22 anos. O aumento da conta de luz, que ficou 16,8% mais cara, impulsionou esse cenário. O reajuste ocorreu devido à recomposição dos descontos aplicados nas faturas de janeiro, quando o “Bônus Itaipu” reduziu as tarifas temporariamente.
Com essa alta, o IPCA acumulado em 12 meses voltou a superar 5%, alcançando 5,06%. Esse avanço mantém a inflação acima do limite da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que permite variações entre 1,5% e 4,5%. Assim, o Banco Central prevê inflação superior a 4,5% pelo menos até junho, o que exigirá explicações formais sobre o descumprimento da meta.
Conta de luz pesa no orçamento das famílias
A conta de luz voltou a impactar diretamente o orçamento das famílias, já que o reajuste de fevereiro anulou o desconto oferecido no mês anterior. Em janeiro, o “Bônus Itaipu” beneficiou 78 milhões de consumidores, reduzindo as tarifas em até R$ 49 para aqueles com consumo inferior a 350 kWh. No entanto, a recomposição tarifária de fevereiro eliminou esse benefício, elevando os custos da energia elétrica.
Além disso, o impacto da conta de luz não se limita às despesas domésticas. O aumento do custo energético também pressiona o setor produtivo, encarecendo bens e serviços e alimentando o efeito inflacionário.
Como o IPCA mede a inflação da conta de luz?
O IPCA mede a evolução dos preços de 377 produtos e serviços consumidos por famílias com renda entre um e 40 salários mínimos. Além disso, o índice abrange nove grandes grupos, como alimentação, artigos residenciais, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde, transportes e vestuário. Dessa forma, ele reflete o impacto da conta de luz e de outros itens essenciais no orçamento das famílias.
O levantamento ocorre em 15 regiões metropolitanas e cidades brasileiras, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília. Para garantir a precisão dos dados, os pesquisadores do IBGE coletam informações nos principais centros urbanos do país. Assim, o índice consegue abranger as variações de preços e o impacto do aumento da conta de luz em diferentes localidades
Expectativas para os próximos meses
Especialistas acreditam que a conta de luz continuará sendo um fator determinante para a inflação nos próximos meses. Com a inflação acumulada já acima do teto da meta, o Banco Central deve manter a política monetária cautelosa para evitar descontrole nos preços.
Enquanto isso, consumidores e empresas precisarão lidar com o impacto do aumento da conta de luz em seus orçamentos, o que pode reduzir o poder de compra e frear o consumo em diversos setores da economia.
Entenda em mais detalhes, na reportagem abaixo, os fatores que influenciam esse aumento da inflação na energia elétrica:









