A cotação do ouro atingiu um novo recorde, ultrapassando pela primeira vez a marca de US$ 3 mil por onça. Esse movimento reflete o aumento da busca dos investidores por ativos seguros, diante das crescentes tensões geopolíticas e incertezas econômicas globais. O valor atingiu US$ 3.001,20 nesta sexta-feira, impulsionado pelo protecionismo de Donald Trump e pelo temor de desaceleração da economia mundial.
Busca por segurança impulsiona a cotação do ouro
O cenário global instável tem levado investidores a procurarem refúgio no ouro, um ativo historicamente seguro. As políticas protecionistas de Trump e a guerra comercial com a União Europeia, China e México aumentaram a incerteza sobre o futuro econômico. Além disso, a inflação persistente e a crise geopolítica ampliaram a necessidade de proteção financeira.
Outro fator determinante para a valorização do metal precioso foi a crescente aquisição de ouro por bancos centrais. Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, diversas economias têm aumentado suas reservas, buscando fortalecer suas moedas diante das oscilações cambiais e possíveis sanções comerciais.
Ajuste pela inflação: ouro ainda abaixo da máxima histórica
Embora a cotação do ouro tenha ultrapassado US$ 3 mil, seu valor real ainda está abaixo da máxima histórica ajustada pela inflação. Em 1980, a onça de ouro chegou a US$ 850, durante a crise do petróleo e a alta inflação global. Atualizado para os valores de hoje, esse montante equivale a mais de US$ 3,8 mil, demonstrando que o recorde nominal ainda não representa o maior valor real já registrado.
No entanto, especialistas acreditam que a cotação pode continuar subindo caso as tensões econômicas e políticas se intensifiquem. O fortalecimento do dólar, as mudanças nas políticas monetárias globais e as incertezas sobre o comércio internacional continuam influenciando o comportamento dos investidores.
Tensões políticas e protecionismo afetam os mercados
As ameaças de novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos importados da China, União Europeia e México, portanto, contribuíram diretamente para o aumento da cotação do ouro. Além disso, o temor de sanções econômicas e restrições comerciais claramente gerou um efeito dominó nos mercados financeiros. Como resultado, os investidores passaram a buscar ativos considerados mais seguros, garantindo maior valorização do metal precioso.
Além disso, as oscilações no mercado de ações e a possibilidade de um crescimento econômico mais lento reforçaram a migração para o ouro. Com isso, muitos analistas acreditam que o preço do metal pode continuar subindo nos próximos meses, especialmente se novas tensões surgirem.
Entenda, na reportagem abaixo, como as medidas do Governo dos Estados Unidos impactam a economia global:
Perspectivas para a cotação do ouro nos próximos meses
O cenário para a cotação do ouro permanece incerto, mas as condições atuais favorecem sua valorização. Se a economia global enfrentar novos desafios, como a desaceleração do crescimento, inflação persistente e conflitos geopolíticos, o preço do ouro pode continuar a subir.
Por outro lado, se os mercados encontrarem estabilidade e as tensões comerciais diminuírem, o metal pode sofrer uma leve correção. Ainda assim, muitos investidores veem o ouro como um ativo essencial para proteção patrimonial em tempos de incerteza.
Com a volatilidade global em alta, a cotação do ouro deve seguir sendo um indicador-chave para o comportamento dos mercados financeiros.