O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne nesta quarta-feira (19) para definir a nova taxa Selic, que influencia diretamente os juros básicos da economia. A expectativa do mercado financeiro é que o colegiado eleve a taxa em 1 ponto percentual, passando dos atuais 13,25% para 14,25% ao ano. No entanto, a decisão oficial será divulgada ao final da reunião.
Caso a elevação se confirme, essa será a maior taxa de juros desde 2017, refletindo um cenário de pressão inflacionária e desafios fiscais no Brasil. Analistas apontam que a possível alta da taxa Selic busca conter a persistência da inflação e ancorar as expectativas do mercado para os próximos anos.
Cenário econômico: inflação e política monetária
A possível elevação da taxa Selic ocorre em um momento de incerteza no cenário econômico. A inflação segue apresentando resistência, com núcleos inflacionários ainda elevados e expectativas para 2025 acima da meta do Banco Central. O último Boletim Focus indicou revisões para cima nas projeções do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aumentando a preocupação do mercado.
Além disso, o ambiente externo também pesa sobre a decisão do Copom. O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, mantém uma postura rígida na condução dos juros, influenciando os mercados emergentes e impactando o câmbio no Brasil. A recente valorização do dólar frente ao real adiciona mais um fator de pressão inflacionária.
Veja mais detalhes da possível alta da taxa Selic:
Impactos de uma possível elevação da taxa Selic
Caso a taxa Selic suba para 14,25%, o impacto será significativo no crédito. Empresas e consumidores enfrentarão condições mais restritivas para financiamentos e empréstimos, o que pode esfriar o consumo e os investimentos no curto prazo. No entanto, o Banco Central reforça que a medida tem como objetivo garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante da política monetária.
Os agentes do mercado financeiro aguardam com atenção a decisão e, principalmente, o comunicado do Copom, que poderá indicar os próximos passos da autoridade monetária. Se a inflação seguir pressionada, novas elevações da taxa Selic podem ser consideradas. Por outro lado, caso haja sinais de desaceleração inflacionária, o BC pode manter a taxa estável por um período mais longo.
O desfecho da reunião do Copom será um termômetro importante para os rumos da economia brasileira em 2025, impactando diretamente o crédito, os investimentos e o crescimento do país.