Pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e centrais geradoras hidrelétricas (CGHs) estão adotando a autoprodução de energia. Tal estratégia visa aumentar o faturamento e acelerar o retorno sobre o investimento. Essa abordagem, anteriormente mais comum em projetos de energia solar, tem se mostrado vantajosa para usinas com capacidade instalada de até 50 megawatts (MW).
Autoprodução em Pequenas Hidrelétricas e Mercado Livre de Energia
A autoprodução permite que essas hidrelétricas negociem diretamente com consumidores no mercado livre de energia, formando consórcios onde os clientes se tornam cotistas dos projetos.
Assim, essa parceria possibilita aos geradores reduzir o período de retorno do investimento de aproximadamente 12 anos para cerca de 8 anos. Enquanto isso, os consumidores beneficiam-se de tarifas mais competitivas.
Funcionamento e a papel das pequenas centrais hidrelétricas
Para complementar a compreensão sobre as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e seu papel no setor energético, confira o vídeo abaixo. Ele explica como essas usinas operam, destacando sua importância para a diversificação da matriz energética.
Benefícios Financeiros da Autoprodução em Pequenas Hidrelétricas para Geradores e Consumidores
A adoção do modelo de autoprodução pelas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e centrais geradoras hidrelétricas (CGHs) proporciona vantagens econômicas significativas para ambas as partes envolvidas no processo. A seguir, destacamos os principais benefícios:
- Aumento de faturamento para os geradores
Primeiramente, uma PCH com capacidade de 2 MW pode incrementar sua receita anual em até R$ 500 mil.
Além disso, a autoprodução permite uma ampliação do faturamento em até 25%, tornando o investimento mais rentável. - Economia para os consumidores
Os clientes que participam do modelo de autoprodução podem economizar cerca de R$ 50 por megawatt-hora (MWh).
Redução de encargos como o Encargo de Energia de Reserva (EER) e o Encargo de Serviço de Sistema (ESS), diminuindo os custos na conta de luz. - Redução do período de retorno sobre o investimento
O prazo médio para recuperar o investimento em uma pequena hidrelétrica pode cair de 12 anos para cerca de 8 anos.
O retorno mais rápido atrai novos investidores e acelera a viabilização de novos projetos no setor energético.
A combinação desses fatores torna a autoprodução uma estratégia eficiente para pequenas hidrelétricas, garantindo maior competitividade e sustentabilidade financeira no mercado de energia.
Intermediação e formação de consórcios
Empresas como a Ludfor Energia atuam na intermediação entre geradores e consumidores, elaborando consórcios que equilibram os interesses de ambas as partes. Douglas Ludwig, diretor executivo da Ludfor, destaca que essa aproximação permite às usinas aumentar a receita e diminuir o período de retorno do investimento, enquanto os consumidores obtêm energia a preços mais competitivos.
Redução de encargos e público-alvo
No modelo de autoprodução, os clientes adquirem cotas de um consórcio e remuneram a geradora sem a necessidade de pagar encargos de energia de reserva (EER) e encargos de serviço de sistema (ESS), resultando em economia na conta de energia.
Ademais, essa modalidade é especialmente atrativa para consumidores com gastos entre R$ 100 mil e R$ 2 milhões em energia elétrica, como grandes empresas que atuam no mercado livre atacadista.
Expansão da prática
Inicialmente restrita a grandes multinacionais com altos custos de energia, a autoprodução tem se expandido para incluir consumidores e geradores de menor porte. Empresas como a metalúrgica Tramontina e a rede de supermercados Zaffari, ambas do Rio Grande do Sul, já participam desse modelo, demonstrando a viabilidade e os benefícios da autoprodução de energia para diferentes segmentos do mercado.
Por fim, a adoção da autoprodução por pequenas hidrelétricas representa uma tendência crescente no setor energético brasileiro, proporcionando vantagens econômicas significativas tanto para os geradores quanto para os consumidores, além de contribuir para a diversificação e eficiência do mercado de energia.