A decisão de não ter filhos está se tornando cada vez mais comum entre os millennials, uma mudança que pode ter impactos significativos na economia dos Estados Unidos. De acordo com estimativas de economistas, essa tendência pode resultar em uma queda de até 4% no Produto Interno Bruto (PIB) do país, desencadeando desafios para o crescimento econômico e a sustentabilidade dos sistemas previdenciários e trabalhistas. Em outras palavras, millennials podem reduzir PIB ao optar por não ter filhos, afetando diretamente a economia a longo prazo.
Declínio da taxa de natalidade e envelhecimento populacional
Os dados do Federal Reserve de St. Louis revelam que a taxa bruta de natalidade nos EUA caiu drasticamente, passando de 24 nascimentos por 1.000 pessoas na década de 1960 para apenas 11 nascimentos por 1.000 pessoas atualmente. Esse declínio, aliado ao aumento da expectativa de vida, resulta em um cenário de envelhecimento populacional que pressiona a força de trabalho e os sistemas de seguridade social. O impacto econômico dessa tendência preocupa especialistas, pois millennials podem reduzir PIB ao contribuir para um mercado de trabalho menos dinâmico e uma base tributária menor.
A professora de demografia Melinda Mills, da Universidade de Oxford, destaca que a baixa fertilidade combinada à longevidade crescente pode gerar dificuldades no mercado de trabalho, com impactos diretos na oferta de mão de obra, necessidade de reestruturação de serviços públicos e desafios na manutenção de programas sociais. Além disso, a previdência pode enfrentar déficits, uma vez que menos trabalhadores contribuirão para sustentar um número crescente de aposentados.
Entenda melhor sobre a essa diminuição na taxa de natalidade:
A ascensão dos casais DINK
Um dos fatores por trás dessa mudança é o aumento do número de casais que adotam o estilo de vida DINK (Double Income, No Kids – Dupla Renda, Sem Filhos). Esse modelo se popularizou especialmente após a pandemia, contrariando previsões iniciais de um boom de natalidade. Dados recentes apontam que, em 2023, a taxa de fertilidade nos EUA caiu para 55 nascimentos a cada 1.000 mulheres entre 15 e 44 anos, um recorde histórico de baixa.
Casais sem filhos costumam investir mais em educação, carreira e qualidade de vida. Redirecionando gastos que tradicionalmente seriam destinados à criação de filhos para lazer, consumo e moradia. Contudo, essa decisão pode impactar negativamente setores que dependem do crescimento populacional, como educação, saúde e previdência. Isso reforça a preocupação de que millennials podem reduzir PIB ao modificar padrões de consumo e reduzir a demanda por serviços essenciais para o crescimento econômico.
Desafios econômicos e alternativas
A redução no número de nascimentos afeta diretamente a força de trabalho do futuro, criando um possível déficit de profissionais em diversas áreas estratégicas. O setor de saúde, por exemplo, já começa a sentir os efeitos dessa escassez. Aumentando a dependência da imigração para suprir a demanda por trabalhadores qualificados. A imigração pode ser uma solução temporária. Mas economistas alertam que políticas públicas voltadas ao incentivo da natalidade podem ser mais eficazes para garantir um equilíbrio financeiro sustentável.
Economistas apontam que uma possível solução para minimizar os impactos dessa tendência seria a implementação de políticas públicas voltadas ao incentivo da natalidade. Como subsídios para creches, benefícios fiscais para famílias e medidas que promovam maior equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Além disso, o sistema previdenciário precisará ser reformulado para garantir sua viabilidade diante das mudanças demográficas.
O futuro da economia americana
A decisão dos millennials de não ter filhos não apenas redefine a estrutura familiar, mas também molda o futuro econômico dos Estados Unidos. Se essa tendência persistir, o país precisará se adaptar a uma nova realidade, equilibrando crescimento econômico com uma população cada vez mais envelhecida. Esse cenário reforça que millennials podem reduzir PIB, impactando diversos setores e exigindo adaptações no mercado de trabalho e na previdência.
A sustentabilidade da economia americana dependerá de como os governos e empresas responderão a esses desafios. Seja através da atração de trabalhadores estrangeiros, do estímulo à natalidade ou da reestruturação dos sistemas previdenciários e de bem-estar social. Caso essas medidas não sejam implementadas, a economia poderá enfrentar dificuldades ainda maiores nos próximos anos.