A greve na Petrobras expôs um cenário de insatisfação entre os trabalhadores e a gestão da presidente Magda Chambriard. A paralisação de 24 horas, realizada na última quarta-feira (26), contou com ampla adesão dos petroleiros, incluindo funcionários da área administrativa. Os sindicatos criticam a falta de diálogo com a estatal e exigem mudanças em diversas pautas trabalhistas.
Principais reivindicações dos trabalhadores
A greve na Petrobras tem como principais demandas:
- Cancelamento do retorno ao trabalho presencial: os trabalhadores pedem a retomada das negociações sobre o teletrabalho.
- Pagamento integral da Participação nos Lucros e Resultados (PLR): os sindicatos acusam a empresa de reduzir os valores inicialmente apresentados.
- Revisão dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros: mudanças no fundo de pensão são uma preocupação dos empregados.
- Criação de um plano unificado de progressão de carreira e salários: reivindicação que visa maior transparência e valorização da força de trabalho.
- Reposição do efetivo: os sindicatos alegam que há um déficit de funcionários desde a Operação Lava Jato.
- Melhoria nas condições de segurança: prevenção de acidentes e eliminação de desigualdades entre os empregados são pautas prioritárias.
Críticas à gestão e falta de diálogo
A greve na Petrobras também foi motivada pelas queixas contra a presidente Magda Chambriard. Sindicatos afirmam que a gestão tem adotado uma postura autoritária, esvaziando fóruns de negociação coletiva. Além disso, alegam que a Petrobras tem apresentado propostas diretamente aos funcionários, sem diálogo com as entidades representativas.
Veja mais detalhes sobre a greve na Petrobras no vídeo abaixo:
Resposta da empresa após greve na Petrobras
Em nota, a Petrobras afirmou que a greve na Petrobras não impactou a produção e que mantém um “diálogo aberto” com os sindicatos. A empresa justificou a exigência de maior trabalho presencial, de dois para três dias por semana a partir de 7 de abril, como alinhada ao seu Plano Estratégico.
Sobre a PLR, a estatal argumentou que o valor distribuído aos funcionários foi reduzido devido à queda de 70,6% no lucro líquido de 2024, que totalizou R$ 36,6 bilhões. No entanto, os sindicatos denunciam falta de transparência no cálculo e apontam um corte de 31% nos pagamentos aos trabalhadores, enquanto a distribuição de lucros aos acionistas aumentou 207%.
Impacto e perspectivas
A greve na Petrobras é um reflexo do descontentamento dos trabalhadores diante das mudanças impostas pela gestão atual. O movimento sindical sinaliza que novas paralisações podem ocorrer caso as negociações não avancem. A estatal, por sua vez, busca manter sua política de reestruturação, reforçando o plano de expansão e a recomposição do efetivo com a contratação de novos funcionários.
Especialistas avaliam que o impasse entre sindicatos e diretoria pode impactar futuras decisões estratégicas da Petrobras, incluindo ajustes na política de trabalho remoto e remuneração variável. O desfecho das negociações será crucial para definir o clima organizacional da companhia nos próximos meses.









