A conta de luz deve ficar mais cara em 2025, com aumento tarifário médio de 3,5%, conforme divulgado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). O impacto pode ser ainda maior, já que o sistema de bandeiras tarifárias poderá adicionar cobranças extras à tarifa a partir de maio. A projeção da Aneel é inferior à inflação esperada, mas inclui variáveis que podem pressionar os valores pagos pelos consumidores.
Segundo a agência, o reajuste é puxado por um acréscimo de 2% na “parcela B”, que representa os custos com a distribuição de energia, e 1,6% em encargos setoriais, como a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que subsidia políticas públicas no setor elétrico. Os encargos setoriais também incluem custos com subsídios cruzados e ações de universalização do serviço.
Por outro lado, houve uma queda de 2,7% nos componentes financeiros, reflexo da devolução de cobranças indevidas anteriores, como os valores de ICMS incluídos na base de cálculo do PIS/Cofins. Isso ajudou a suavizar o aumento tarifário médio.
Veja mais detalhes sobre o aumento na conta de energia no vídeo abaixo:
Bandeiras tarifárias da conta de energia devem pesar no bolso em maio
A previsão da ANEEL é que o acionamento da bandeira amarela ocorra já em maio. Isso acrescentaria R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos, no mercado cativo. A mudança se deve ao início do período seco, que impacta diretamente a geração hidrelétrica, ainda predominante na matriz energética do país. Com a redução nos níveis dos reservatórios, aumenta-se a dependência de usinas termelétricas, que têm custo de geração mais elevado.
Além disso, o cenário inclui um modelo de precificação menos tolerante ao risco, elevando o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). O PLD influencia diretamente as bandeiras tarifárias, junto com o risco hidrológico (GSF), outro fator considerado no cálculo.
A cobrança por meio da Conta Centralizadora dos Recursos de Bandeiras Tarifárias (CCRBT), administrada pela CCEE, serve também para alertar sobre a situação do sistema elétrico e incentivar a eficiência energética. O consumidor pode reduzir impactos com práticas de consumo consciente ou, ainda, migrando para o mercado livre de energia, onde há mais flexibilidade na negociação de contratos e preços.
O cenário atual reforça a importância do planejamento e da análise do consumo energético doméstico. A conta de energia elétrica continuará sendo influenciada por fatores climáticos, operacionais e regulatórios, exigindo atenção tanto dos consumidores quanto dos investidores do setor elétrico.