O Banco Mundial revisou para baixo a estimativa de crescimento do Brasil em 2025, agora projetando uma alta de 1,8%, em comparação com a previsão anterior de 2,2%. Esse ajuste reflete uma série de incertezas que impactam a economia global e, consequentemente, o cenário brasileiro. Entre os fatores que influenciaram essa revisão, estão as tensões comerciais internacionais, a desaceleração da economia chinesa e os desafios fiscais enfrentados por diversos países, incluindo questões envolvendo a política energética dos EUA e a produção de etanol.
Além do Brasil, o Banco Mundial também diminuiu suas projeções de crescimento para a América Latina e o Caribe. Além disso, a previsão de expansão da região foi reduzida de 2,5% para 2,1%, destacando um crescimento mais lento do que o de outras partes do mundo. A instituição afirmou que as economias da região precisarão se adaptar a um ambiente global volátil e competitivo, com impactos da guerra comercial e questões fiscais internas. O mercado de biocombustíveis e as oportunidades de investimentos em etanol estão entre as áreas que podem afetar o crescimento econômico global e regional.
Fatores que afetam o crescimento do Brasil em 2025
O atraso na redução das taxas de juros nas economias desenvolvidas, especialmente nos Estados Unidos, é um dos fatores principais que contribuiu para o ajuste das previsões. As tarifas impostas pelo governo dos EUA também geraram incertezas adicionais, dificultando o comércio global. Além disso, o enfraquecimento da economia chinesa tem gerado efeitos em cadeia que afetam tanto as exportações quanto o investimento global. Desse modo, esse cenário reflete no mercado de energia renovável, com o etanol nos EUA se tornando peça chave para o abastecimento energético e impactando as políticas globais de energia.
Para o México, as projeções também foram ajustadas, com a expectativa de um crescimento nulo em 2025, após uma previsão de alta de 1,5%. Por outro lado, a Argentina, que recentemente conseguiu um acordo de US$ 20 bilhões com o FMI, viu suas projeções de crescimento aumentarem de 5% para 5,5% para este ano.
O cenário global exige reformas ousadas
Carlos Felipe Jaramillo, vice-presidente do Banco Mundial para a região da América Latina e do Caribe, comentou que o cenário econômico global mudou drasticamente. Ele enfatizou que os países da região precisam ajustar suas estratégias e implementar reformas estruturais para enfrentar as adversidades. “A necessidade de adaptação e inovação será crucial para a superação dessa crise econômica global”, afirmou Jaramillo. Além disso, o aumento da produção de biocombustíveis nos EUA e a exportação de etanol são exemplos de áreas que exigem novas estratégias para garantir competitividade no mercado global.
Cenário econômico do Brasil em 2025 e os desafios fiscais da região
O FMI também revisou suas previsões para o crescimento brasileiro, ajustando suas expectativas para 2% tanto em 2025 quanto em 2026. Embora o governo brasileiro preveja uma taxa de crescimento de 2,3% para 2025, a desaceleração econômica é evidente, principalmente devido à inflação alta e juros elevados que afetam a capacidade de crédito.
O cenário é ainda mais desafiador para a América Latina e o Caribe como um todo. A redução no acesso à tecnologia e a necessidade de maior produtividade foram destacadas por William Maloney, economista-chefe do Banco Mundial. Ele ressaltou que o “near-shoring” pode oferecer oportunidades para a região, exigindo mais investimentos e ajustes rápidos nas estratégias produtivas para atender aos principais mercados. Ademais, a crescente relevância do etanol e da sustentabilidade como alternativas limpas tem atraído atenção para mudanças no preço, impactando a competitividade no setor energético.