As tarifas de aço impostas pelos EUA geram perdas expressivas e pressionam o setor industrial europeu, afetando o comércio internacional e a política comercial da União Europeia.
As tarifas de aço implementadas pelos Estados Unidos impactaram diretamente a competitividade dos produtos europeus no comércio global. Desde março de 2024, o setor siderúrgico da União Europeia contabiliza um prejuízo econômico estimado em € 2 bilhões, conforme dados da Associação Europeia do Aço (EUROFER).
Tarifas de importação impactam o mercado de aço global
A tarifa de 25% imposta sobre o aço e alumínio pelas autoridades americanas reflete a intensificação das tarifas de importação, afetando o equilíbrio do mercado de aço global.
De acordo com a EUROFER, os EUA eram o segundo principal destino das exportações de aço da UE, representando 16% do total em 2024. Com a nova barreira tarifária, as exportações caíram drasticamente, comprometendo a atividade do setor industrial europeu.
Segundo Axel Eggert, diretor-geral da associação, mais de um milhão de toneladas em vendas foram perdidas. “Estamos falando de um volume com valor próximo a € 2 bilhões. Isso afeta diretamente empregos e a política comercial da União Europeia”, destacou Eggert.
Comércio internacional e guerra comercial EUA-China ampliam tensões
A medida dos EUA se insere em um contexto mais amplo de guerra comercial EUA-China, que tem provocado distorções no comércio internacional e em cadeias produtivas essenciais como a do aço.
Especialistas destacam que esse ambiente hostil influencia decisões de investimentos em setores afetados por tarifas, especialmente aqueles ligados ao aço, alumínio e derivados. A União Europeia, nesse cenário, avalia respostas para proteger sua indústria diante do novo cenário econômico da União Europeia em 2025.
Preços sobem nos EUA e aumentam custo de produção do aço
Além de prejudicar a Europa, as tarifas de aço também afetam o mercado interno dos EUA. Eggert afirma que muitos tipos de aço não são produzidos domesticamente em solo americano. Assim, a medida aumenta o custo de produção do aço em diversas cadeias produtivas, especialmente nas indústrias automobilística e de construção.
Esse encarecimento também preocupa investidores atentos à relação entre aço e mercado financeiro, pois as ações de empresas siderúrgicas passam a refletir a instabilidade.
Importação de aço no Brasil também sente efeitos indiretos
Embora a medida seja bilateral, o impacto das tarifas de importação no Brasil também é notável. A mudança nas rotas comerciais e a busca por novos mercados por parte da Europa influenciam diretamente a importação de aço no Brasil, afetando preços e disponibilidade.
Além disso, medidas como tarifas antidumping e alterações na tributação sobre aço passam a ser estudadas por países que desejam proteger sua indústria local.
Investidores analisam impactos das tarifas do aço no setor
Com o prejuízo em curso, a indústria europeia pressiona por uma resposta política da Comissão Europeia. Ademais, entre as possibilidades, estão a criação de incentivos internos e revisão de acordos para mitigar os efeitos das tarifas de importação e proteger o setor industrial europeu.
Para Eggert, é essencial preservar a estrutura industrial da União Europeia frente ao protecionismo global. “Sem uma reação firme, poderemos ver um esvaziamento industrial com efeitos duradouros no cenário econômico da União Europeia em 2025.”