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Copom deve subir juro para 14,75% e pressiona economia em 2025

Copom deve subir juro para 14,75% em meio à inflação elevada, mirando a meta e pressionando crédito, investimentos e a dívida pública.
Copom deve subir juro para 14,75% em meio à alta da inflação
Copom define nova taxa Selic e elevação para 14,75% impacta crédito, inflação e PIB. Foto: Marcello Casal/Agência Brasil.

Copom deve subir juro para 14,75% nesta quarta-feira, de acordo com a expectativa do mercado financeiro, que vê na medida uma resposta direta à inflação persistente e ao forte ritmo da economia.

A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve resultar em mais um aumento da taxa Selic, passando dos atuais 14,25% para 14,75% ao ano. A elevação de 0,5 ponto percentual é amplamente antecipada por analistas do mercado financeiro, que veem o movimento como resposta à inflação ainda resistente e à expansão acima do esperado da economia brasileira.

Copom deve subir juro mesmo com sinais de desaceleração

O Banco Central tem reiterado que o processo de desinflação exige cautela e persistência. No último relatório de política monetária, a instituição apontou que a economia ainda opera acima do seu potencial, pressionando preços e salários. O IPCA, índice oficial da inflação no Brasil, continua acima da meta de inflação estabelecida.

O presidente do BC, Gabriel Galípolo, alertou que os sinais de arrefecimento da atividade econômica ainda são insuficientes para justificar o fim do ciclo de aperto monetário. Entre os principais vetores de pressão sobre os preços estão o mercado de trabalho aquecido, os altos gastos públicos e a resiliência no consumo das famílias.

Efeitos da taxa Selic a 14,75% sobre o mercado financeiro

A taxa Selic é a principal ferramenta de política monetária para conter a inflação. Quando elevada, ela encarece o crédito, reduz o consumo e desestimula os investimentos produtivos. A consequência direta é uma desaceleração do crescimento do PIB. Projeções para o PIB de 2025 já começam a ser revistas para baixo, refletindo os efeitos esperados da política monetária mais rígida.

No sistema bancário, o aumento da Selic tende a elevar o spread bancário e os juros praticados em empréstimos e financiamentos. Em março, a taxa média de juros para pessoas físicas e jurídicas atingiu 44% ao ano. Com o novo ajuste, a expectativa é de que esse número suba ainda mais, encarecendo o custo do crédito.

Copom deve subir juro mirando meta de inflação até 2027

O Banco Central opera com foco no cumprimento da meta contínua de inflação, que atualmente é de 3%, com tolerância entre 1,5% e 4,5%. No entanto, as expectativas de inflação para os próximos anos permanecem acima do centro da meta: 5,53% em 2025, 4,51% em 2026 e 4% em 2027.

Diante desse cenário, o BC já indicou que pode não cumprir a meta de inflação de 2025, o que aumentaria o risco de perda de confiança por parte dos investidores e dos agentes econômicos. Desse modo, a elevação da Selic para 14,75% é vista como um movimento necessário para reforçar o compromisso com a estabilidade dos preços.

Selic alta afeta contas públicas e investimentos

A taxa de juros mais alta tem efeito direto sobre os gastos do governo com o pagamento de juros da dívida pública. Além disso, nos últimos 12 meses até março, essas despesas chegaram a R$ 948 bilhões, o que representa 7,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse aumento pressiona ainda mais o quadro fiscal.

Por outro lado, o cenário beneficia os investidores em ativos de renda fixa, como títulos públicos, CDBs e debêntures. A expectativa de maior retorno torna esses papéis mais atrativos e pode reduzir o apetite pelo mercado de renda variável, menos favorecido em ciclos de aperto monetário.

Perspectivas após a decisão do Copom

Desse modo, a decisão de elevar a Selic nesta reunião pode ser a última do atual ciclo de aperto monetário, dependendo da evolução da inflação, do IPCA e da atividade econômica nos próximos trimestres. Além disso, o mercado estará atento às sinalizações do comunicado pós-reunião e à ata do Copom para entender os próximos passos.

Mesmo diante da pressão política por juros mais baixos, o Banco Central reforça que seu mandato é técnico e baseado em projeções de médio e longo prazo. Até que haja sinais mais consistentes de desaceleração, a taxa básica de juros deve permanecer elevada. Ademais, a expectativa de juros futuros influencia diretamente o câmbio, os investimentos na B3 e as decisões sobre alocação de portfólio.

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