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Recuperação judicial da Ducoco propõe pagar só 10% da dívida

A recuperação judicial da Ducoco prevê deságio de 90% e carência de 24 meses para os credores, incluindo Banco do Brasil, Itaú e Tetra Pak.
Recuperação judicial da Ducoco inclui deságio e venda de ativos
Plano de recuperação judicial da Ducoco prevê deságio de 90% e alternativas como arrendamento e cessão de ações. Foto: reprodução/internet.

A recuperação judicial da Ducoco, um dos casos mais emblemáticos do setor de alimentos e bebidas em 2025, propõe pagar apenas 10% da dívida corporativa de R$ 670 milhões. O plano, registrado em março, prevê carência de pagamento de 24 meses e parcelas trimestrais corrigidas pela TR.

Plano de recuperação judicial da Ducoco inclui deságio e venda de ativos

O plano de recuperação judicial (PRJ) apresentado à Justiça inclui diversas alternativas para viabilizar a quitação da dívida corporativa. Entre elas, estão a venda de ativos, cessão de ações e arrendamento operacional das duas unidades da empresa – uma no Ceará e outra no Espírito Santo. O plano prevê ainda o uso de um leilão reverso, onde os credores financeiros podem oferecer um maior deságio em troca de prioridade nos recebimentos.

A Ducoco enfrenta dificuldades desde que foi adquirida pela Malibu Holding em 2020. Agora, aposta em uma reestruturação de dívida para evitar a falência. Entre os principais credores financeiros, estão o Banco do Brasil (BBAS3), Itaú Unibanco (ITUB4) e a multinacional sueca Tetra Pak.

Inadimplência e falta de liquidez aceleraram a recuperação judicial da Ducoco

Desse modo, o pedido de recuperação judicial foi motivado pela crescente inadimplência e baixa liquidez do grupo, agravadas por linhas de crédito mal estruturadas e juros elevados. Segundo o documento protocolado pela empresa, o modelo de financiamento adotado inviabilizou a rotação de caixa e prejudicou o cumprimento de obrigações.

O PRJ também prevê a contratação de um empréstimo DIP, recurso comum em processos de turnaround, com o objetivo de dar fôlego à operação. Além disso, a aprovação do plano dependerá da maioria dos votos em cada classe de credores durante a Assembleia Geral, ainda sem data definida.

Setor de alimentos e bebidas pressiona por retomada e afeta projeções

A recuperação judicial da Ducoco acontece em um momento delicado para o setor de alimentos e bebidas, com forte concorrência internacional e estagnação dos preços de exportação. A empresa menciona, por exemplo, o avanço da Colômbia no fornecimento de água de coco ao mercado norte-americano, pressionando os preços globais.

Por isso, o grupo projeta que o crescimento do setor só deve se normalizar a partir de 2027. Essa estimativa embasa o pedido de carência de pagamento de 25 meses, após a homologação judicial do plano. Portanto, com essa estratégia de reestruturação de dívida e o foco na venda de ativos não estratégicos, como os coqueirais em Itapipoca (CE), a Ducoco espera manter parte da operação ativa e evitar a falência.

Credores financeiros e mercado aguardam sinal verde da Justiça

Se aprovado, o plano da recuperação judicial da Ducoco pode incluir cessão de ações, arrendamento das unidades ou venda total da empresa. Além disso, a expectativa é preservar empregos e garantir a continuidade da operação dentro do setor.

Além dos bancos e da Tetra Pak, a lista de credores inclui o Grupo Cartha, outra empresa do setor de alimentos e bebidas no Ceará, com R$ 5,7 milhões a receber. Desse modo, também aparecem fundos como a Okno Capital e a Solis Investimentos, expostos a riscos elevados.

Ademais, para analistas, a aprovação do plano pode marcar um novo capítulo no processo de turnaround da Ducoco, consolidando sua posição e mostrando como a recuperação judicial pode ser uma ferramenta eficaz em momentos de crise profunda.

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