A inflação em abril apresentou desaceleração, mas alimentos e saúde continuam entre os itens que mais pesam no bolso do brasileiro.
Inflação desacelera em abril, mas pressões persistem
A inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), subiu 0,43% em abril, segundo dados divulgados pelo IBGE. O resultado mostra uma desaceleração em relação a março, quando o índice foi de 0,56%. No entanto, categorias essenciais como alimentação e saúde seguem com altas acima da média.
No acumulado de 12 meses, a inflação chegou a 5,53%, ultrapassando o teto da meta estabelecida pelo governo, que é de 3% com margem de 1,5 ponto percentual. A expectativa do mercado é que a taxa de inflação termine 2025 próxima a 5,5%.
Veja mais detalhes sobre a inflação no vídeo abaixo:
Alimentos e saúde continuam pressionando a inflação
O grupo de alimentos e bebidas teve alta de 0,82% em abril. Destaques negativos ficaram por conta da batata-inglesa, com aumento expressivo de 18,29%, e do tomate, que subiu 14,32%. Itens como café moído (4,48%), pescados (1,05%) e hortaliças (1,23%) também registraram alta
Já o setor de saúde e cuidados pessoais teve elevação de 1,18% no mês. Medicamentos subiram 2,32% após a autorização do reajuste anual. Serviços como depilação (1,46%), manicure (0,95%) e plano de saúde (0,57%) também tiveram aumento.
Além disso, despesas com higiene e beleza, como cabeleireiro (0,84%) e produtos de cuidados pessoais (1,09%), continuaram subindo, puxando a inflação dos serviços.
Apesar da pressão de alguns grupos, outros itens contribuíram para aliviar o índice. O setor de transportes registrou queda de 0,38%, com destaque para passagens aéreas, que recuaram 14,15%, além de reduções nos preços do óleo diesel (-1,27%), etanol (-0,82%) e gasolina (-0,35%)
Entre os alimentos, algumas hortaliças e frutas mostraram deflação. A cenoura teve queda de 10,40% e o mamão recuou 5,96%. O arroz também apresentou redução de 4,19%, contribuindo para segurar o avanço da inflação no grupo alimentício.
Nos itens monitorados, a energia elétrica residencial (-0,08%) e o gás de botijão (-0,09%) mantiveram variações negativas leves, o que ajudou a conter a alta no grupo habitação.
Selic elevada e cenário de atenção
Com a inflação ainda fora da meta, o Banco Central decidiu manter a política de juros elevados. A taxa Selic foi reajustada para 14,75% ao ano, o maior nível desde 2006. A medida visa conter o consumo e equilibrar os preços, embora impacte o crédito e o ritmo de crescimento econômico.
Segundo analistas, o comportamento da inflação nos próximos meses dependerá do comportamento dos alimentos, da cotação dos combustíveis e da política monetária. A desaceleração observada em abril é positiva, mas ainda insuficiente para garantir o controle pleno dos preços ao consumidor.








