As medidas de arrocho nos Correios foram oficializadas na última segunda-feira (12), como resposta ao maior déficit financeiro da estatal em quase uma década. O prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024, quatro vezes maior que o de 2023, motivou a direção da empresa a lançar um pacote de contenção de despesas que afeta diretamente os empregados.
Entre as decisões anunciadas estão a suspensão temporária das férias a partir de junho, retorno obrigatório ao regime presencial e incentivo à redução da jornada para 6 horas diárias. Também está prevista a reestruturação da sede e o lançamento de novos formatos de planos de saúde, com corte de 30% nos custos.
Segundo a estatal, as medidas são necessárias para recuperar o caixa e garantir sustentabilidade operacional em 2025.
Veja no vídeo abaixo mais detalhes sobre o corte de gastos dos Correios:
Medidas de arrocho nos Correios: queda nas receitas internacionais e alta nos gastos explicam rombo
De acordo com nota divulgada pela estatal, o prejuízo se deve, principalmente, à queda nas receitas de encomendas internacionais, agravada pelo novo marco regulatório das importações — apelidado de “taxa das blusinhas” — que reduziu a demanda pelos serviços dos Correios.
Além disso, a empresa aponta o aumento de despesas com precatórios, ações judiciais e obrigações herdadas de gestões anteriores como fatores que ampliaram o rombo. Apesar do cenário negativo, os Correios afirmam que investiram R$ 830 milhões no último ano em frota, tecnologia e infraestrutura.
Diante disso, as medidas de arrocho nos Correios são apresentadas como parte de um plano estratégico que prevê uma economia de até R$ 1,5 bilhão em 2025.
Governo descarta privatização e aposta em parcerias para recuperar estatal
Apesar das perdas, o governo federal descartou a possibilidade de privatização da empresa. Ao contrário da gestão anterior, que incluiu os Correios no Programa Nacional de Desestatização, o atual governo busca alternativas de crescimento com foco em parcerias e novos negócios.
As medidas de arrocho nos Correios incluem também a retomada de contratos com empresas de marketplace, o lançamento de um canal próprio de vendas e uma parceria com o New Development Bank (NDB) para captação de R$ 3,8 bilhões em investimentos.
A estatal reforçou que manterá sua presença em mais de 5 mil municípios, garantindo serviços postais essenciais e reafirmando seu papel como braço logístico do Estado.