Tok&Stok desistem de oferta dos fundadores da Tok&Stok para assumir o controle da Mobly foi confirmada nesta semana, encerrando uma disputa iniciada em março.
Essa ação reflete o recuo estratégico da família Dubrule, fundadora da rede Tok&Stok, que protocolou uma Oferta Pública de Ações (OPA) para reassumir o comando da Mobly. O plano era adquirir mais de 61 milhões de ações por R$ 0,68 cada, mas a proposta foi classificada como “inviável” pela atual administração da Mobly.
Segundo comunicado oficial da Tok&Stok, publicado na última segunda-feira (12), a decisão de revogar a oferta ocorre após a falta de convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária pela Mobly, que não levou a proposta adiante. A família Dubrule criticou duramente os fundadores da Mobly, chamando a resposta de “estratagema vil e irresponsável”.
Tok&Stok desistem de oferta: oferta enfrentava obstáculos financeiros e administrativos
De acordo com os Dubrule, a Mobly enfrenta sérias dificuldades financeiras, com uma dívida superior a R$ 600 milhões e sem lucro desde o IPO realizado em 2021. A liquidez dos papéis da empresa também foi um fator citado para justificar o valor da proposta, considerada abaixo da cotação de mercado na época.
O plano dos Dubrule era retomar o controle da operação e reestruturar a companhia. A aquisição da Tok&Stok pela Mobly, autorizada pelo Cade em novembro de 2024, foi vista como uma chance de sinergia, mas o processo encontrou resistência dentro da Mobly, que já havia afirmado que seu foco era consolidar as operações antes de considerar qualquer mudança de controle.
Veja no vídeo abaixo mais detalhes sobre os negócios da Tok&Stok:
Histórico das empresas e reação do mercado
A Tok&Stok foi fundada em 1978 por Régis e Ghislaine Dubrule. Em 2010, o fundo americano Carlyle se tornou o principal acionista da empresa, tendo posteriormente repassado o controle para a SPX Capital, que articulou a incorporação da rede pela Mobly em 2023.
Com a desistência da oferta, as ações da Mobly fecharam em R$ 0,99 na última terça-feira (13), e a empresa permanece avaliada em cerca de R$ 120 milhões. Para os Dubrule, o valor da transação se tornaria “exorbitante” frente à resistência dos atuais administradores e ao cenário financeiro da empresa.