A Polícia Federal apura o envolvimento do diretor exonerado do INSS, André Paulo Felix Fidelis, em um esquema de autorização de descontos em aposentadorias e pensões por meio de convênios com entidades. As apurações, dentro do contexto de INSS investigação fraude, apontam que o ex-diretor autorizou repasses expressivos para associações suspeitas, que chegaram a descontar ilegalmente R$ 142 milhões de beneficiários do INSS apenas no primeiro semestre de 2024. O caso já é tratado por autoridades como parte de um escândalo INSS em 2025.
Diretor exonerado do INSS assinou convênios mesmo sob denúncias
Segundo o relatório da Polícia Federal, André Fidelis assinou ao menos sete termos de cooperação técnica com sindicatos e associações em 2024, mesmo durante um período de denúncias e investigações em andamento. Os convênios firmados por ele possibilitaram descontos ilegais INSS diretamente nas aposentadorias administradas pelo instituto. Entre as entidades beneficiadas estão Aapen (R$ 69 milhões), Asbapi (R$ 33 milhões), Master Prev (R$ 24 milhões), Unsbras (R$ 14 milhões) e Abapen (R$ 2 milhões).
Esses valores, segundo as investigações, foram obtidos com autorizações supostamente facilitadas pelo ex-diretor, que teria se beneficiado financeiramente por meio de repasses indiretos. A situação está sendo acompanhada como parte da auditoria INSS, voltada à análise de convênios e repasses suspeitos.
Esquema liga diretor exonerado do INSS a escritório do filho
O relatório detalha que parte dos recursos desviados foi direcionada ao escritório de advocacia do filho de André Fidelis, o advogado Eric Douglas Martins Fidelis. Somados, os valores que chegaram ao escritório Eric Fidelis Sociedade Individual de Advocacia e à conta de Eric ultrapassam R$ 5,1 milhões, com indícios de que parte desse montante tenha vindo de entidades associativas investigadas.
O caso se insere em um cenário mais amplo de fraude no setor público, chamando atenção para os riscos de corrupção INSS e impactos financeiros diretos. Desse modo, a operação também analisa o vínculo entre fraude INSS descontos e o papel de intermediários no setor.
A PF cita como fonte dos pagamentos empresas ligadas a Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, apontado como lobista no esquema. Além disso, outra figura mencionada é a advogada Cecilia Rodrigues Mota, que repassou R$ 520 mil ao escritório do filho do ex-diretor, entre novembro de 2023 e abril de 2024.
AGU entra com ação, mas deixa diretor exonerado do INSS de fora
Na semana passada, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com uma ação civil para responsabilizar judicialmente entidades, empresas e indivíduos ligados ao esquema de fraude INSS descontos. Assim, apesar da movimentação, o nome do diretor exonerado do INSS não foi incluído inicialmente na ação. Desse modo, segundo a AGU, a investigação continua em curso e novos nomes poderão ser adicionados à medida que forem surgindo provas adicionais. Além disso, a ausência de Fidelis também levanta questionamentos no contexto da auditoria de fraudes públicas.
Repercussão e impactos no INSS
O escândalo envolvendo o diretor exonerado do INSS reacende o debate sobre a fragilidade nos mecanismos de controle e fiscalização do Instituto. Desse modo, a autorização de convênios com entidades não fiscalizadas coloca milhões de beneficiários em situação de vulnerabilidade, especialmente os aposentados e pensionistas que têm valores descontados sem consentimento claro.
Para especialistas, episódios como esse geram dívidas do INSS e pressionam ainda mais os cofres públicos, especialmente diante de uma crescente crise do INSS em 2025. Portanto, há também uma preocupação crescente com o impacto no mercado financeiro, que pode afetar investidores e a percepção internacional de transparência do setor público brasileiro.
O caso segue sob apuração da Polícia Federal dentro de uma investigação pública Brasil mais ampla, que busca identificar as conexões entre servidores públicos e práticas de corrupção sistêmica. Além disso, a exoneração diretor INSS foi considerada estratégica para conter o avanço das denúncias e dar início à reestruturação interna do órgão.