O Morgan Stanley aumentou sua exposição acima da média no Ibovespa, apontando fatores internos e externos que favorecem os ativos brasileiros. O banco americano agora projeta que o índice chegue a 189 mil pontos em meados de 2026, o que representa alta de 35% em relação ao fechamento mais recente.
A recomendação marca uma virada no posicionamento do banco. Em abril, o Brasil havia sido reclassificado de exposição abaixo da média para neutra. Agora, com a nova avaliação, volta a ser uma das apostas principais dentro da América Latina.
O que motivou a nova visão do Morgan Stanley sobre o Ibovespa?
A decisão do Morgan Stanley se baseia em mudanças políticas e econômicas que, segundo o banco, aumentam o apelo dos ativos locais. Entre os principais motivos estão:
- A aproximação das eleições presidenciais, marcadas para outubro de 2026;
- Queda nos índices de aprovação do governo atual;
- Indícios de que os juros atingiram o pico e devem cair;
- Possível enfraquecimento do dólar, que favorece economias emergentes como a brasileira.
Esses fatores levaram os estrategistas do Morgan Stanley a reforçar a exposição acima da média no Ibovespa, com foco em setores sensíveis a juros e política fiscal.
O ambiente político também influenciou a análise?
O Morgan Stanley destaca que a aprovação líquida do presidente Lula está em -17%, número inferior à média de presidentes reeleitos no primeiro mandato. Isso levanta dúvidas sobre a continuidade da atual agenda econômica.
O relatório afirma que, apesar dos riscos fiscais ainda elevados, o Brasil pode atrair mais capital se avançar para um modelo de crescimento baseado em investimento privado. Esse movimento poderia reduzir a dependência de consumo estimulado pelo governo.
Quais ações do Ibovespa estão no portfólio preferido do Morgan Stanley?
No portfólio voltado à América Latina, o Morgan Stanley adicionou ações da B3 (B3SA3), apostando que a queda nas taxas de juros leve investidores da renda fixa para o Ibovespa. Por outro lado, excluiu papéis da Porto (PSSA3) e da Suzano (SUZB3), que tiveram forte valorização e são menos beneficiadas pela queda dos juros.
Entre as ações mantidas estão XP Inc., BTG Pactual, Banco do Brasil, Eletrobras, Vale, Petrobras, Nubank, Iguatemi, JBS, Sabesp, Embraer, Gerdau, Rumo, entre outras.
A decisão de reforçar a exposição acima da média no Ibovespa mostra que o Morgan Stanley vê mais oportunidades do que riscos no mercado brasileiro. Com eleições próximas, juros em queda e mudanças possíveis no cenário político, o banco acredita que o momento favorece quem busca retornos no médio prazo.
