Após mais de duas décadas à frente do Mercado Livre, Marcos Galperin deixará o cargo de CEO da multinacional em 1º de janeiro. Ele continuará como presidente do conselho de administração. Em seu lugar, assume Ariel Szarfsztejn, atual presidente de comércio da empresa, consolidando uma transição que vem sendo preparada internamente como uma “mudança geracional”.
Por que o multinacional muda de comando agora?
A troca no topo do grupo acontece num momento de forte expansão. O Brasil responde por mais da metade da receita da empresa na América Latina, com cerca de 40% de participação no mercado on-line. A principal rival é a Shopee, do grupo Sea, sediado em Cingapura.
Marcos Galperin, que fundou o Mercado Livre em 1999, fez uma publicação na rede social X. Ele confirmou a decisão e usou a frase que resume o posicionamento da companhia nos últimos anos: “o melhor está por vir”.
A transição até o fim de dezembro incluirá a saída gradual do executivo das atividades do dia a dia. Ele assume o papel de presidente executivo do conselho e acompanhará o novo CEO no processo.
Ariel Szarfsztejn, que está na empresa desde 2017, já passou por setores estratégicos. Foi vice-presidente de comércio em 2022, e atuou nas áreas de logística, desenvolvimento corporativo e relações com investidores. Graduado em economia pela Universidade de Buenos Aires, também possui MBA pela Universidade de Stanford.
O que esperar da nova liderança do Mercado Livre?
A mudança no comando do Mercado Livre, que é uma das empresas mais valiosas da América Latina, ocorre em meio a uma fase positiva para a companhia. Apesar de um terceiro trimestre com desempenho abaixo do esperado, as ações da empresa se recuperaram. Na Nasdaq, os papéis acumulam alta de 47% em 2025, sendo cotados a US$ 2.600.
A decisão do fundador do Mercado Livre vem sendo amadurecida há anos. Em seu comunicado, ele contou que aos 30 pensou em sair aos 40. Aos 40, adiou para os 45. Depois, aos 50, resolveu parar de fazer projeções. Segundo Marcos Galperin, foi preciso deixar sentimentos pessoais de lado e pensar no que é melhor para a empresa.
