A inflação medida pelo IPCA-15 avançou 0,36% em maio, informou o IBGE nesta terça-feira (27). Apesar da alta, trata-se da menor variação para o mês desde 2020. A prévia da inflação oficial acumula 5,40% em 12 meses e 2,80% no ano.
O número representa desaceleração em relação a abril, quando o índice foi de 0,43%. O resultado mostra uma tendência de estabilidade, embora ainda haja pressão de alguns setores.
Quais setores puxaram a inflação medida pelo IPCA-15?
Os maiores aumentos na inflação vieram de Vestuário (0,92%), Saúde e cuidados pessoais (0,91%) e Habitação (0,67%). Já Transportes foi o único grupo com recuo: queda de 0,29%.
No grupo Habitação, a energia elétrica residencial subiu 1,68%, sendo o item com maior impacto no índice. A bandeira amarela nas contas de luz, com cobrança adicional de R$ 1,88 a cada 100 kWh, pesou no bolso do consumidor.
A Aneel justificou o reajuste pelo fim do período chuvoso. Também houve aumento nas tarifas em estados como Bahia e Pernambuco.
Já em Saúde, o aumento nos preços dos medicamentos influenciou o resultado. A alta foi autorizada no fim de março, permitindo reajustes de até 5,06% dependendo da concorrência no mercado.
Alimentos e transportes aliviaram a inflação?
No grupo Alimentação e bebidas, a variação caiu de 1,14% em abril para 0,39% neste mês. A redução foi puxada pela queda nos preços de tomate (-7,28%), arroz (-4,31%) e frutas (-1,64%).
Em contrapartida, subiram itens como batata-inglesa (21,75%), cebola (6,14%) e café moído (4,82%), o que manteve o grupo no campo positivo.
Nos Transportes, a principal contribuição negativa foi das passagens aéreas, com queda de 11,18%. Também houve recuo no ônibus urbano (-1,24%) devido à gratuidade aos domingos e feriados em capitais como Brasília.
O que esperar dos próximos meses?
Com a inflação medida pelo IPCA-15 em desaceleração, o cenário parece mais controlado. No entanto, tarifas públicas, preços regulados e sazonalidades podem voltar a pressionar os custos.